quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Por do Sol...


 O sol estava imenso e exuberante... eu ali sentada no cais apreciando a calmaria do rio no seu encontro com o mar...Quanta harmonia neste encontro, que embora tão grande pela dimensão destes gigantes,  há uma paz indescritível nestas águas que apesar de doce a do rio e salgada a do mar se encontram e se integram sem dor... sem medo... O instante é mágico... Ao fundo a ilha de Cajaíba trazendo-me o verde de teus coqueiros, de tuas árvores... E o sol lá ainda forte...
De repente ouço passos... Mas a paz daquele instante é tão incrível que permaneço parada com meu olhar fixo no mar, no rio, na ilha, no sol... Os passos param e ouço agradecida o violão se fazer presente com suas mágicas cordas... a música me embala e se inteira aos sons das águas... Nesse momento deixo de ser quem sou para me integrar totalmente a natureza... Já não sou Kátia, já não sou nada, sendo ao mesmo tempo todo aquele movimento naquele momento em que sou apenas AMOR, em que sou apenas VIDA...
O violão silencia... os passos voltam a andar, mas continuo estagnada em minha tranquilidade... O sol agora se põe no horizonte e a noite começa a mostrar o teu sorriso e a tua face...
Ali permaneço e num instante indescritível viajo em meus pensamentos numa velocidade estonteante e de repente, uma leve brisa em meu rosto me traz de meus sonhos... O cheiro da maresia preenche o ar, fecho os olhos para melhor perceber o toque do vento em meu corpo... Ele vem e ternamente me abraça... Neste momento SOU PAZ!
Momentos depois percebo que sol recolheu seus raios, abro então meus olhos e vejo a beleza alaranjada de tua luz contrastando com azul tão belo do céu, tingindo também algumas nuvens brancas que por ali passam...
Escuto um som diferente e encantada vejo um bando de negros pássaros, mas eis que meu olhar se espanta ao perceber que entre eles, há um único misturado no bando que é branco, totalmente branco como um floco de neve... Todavia, apesar da sua imensa diferença com os demais está totalmente integrado voando... sendo apenas o que precisa ser. Simplesmente pássaro...
Já em pé no cais me despeço de mais um dia, dia este especial como todos os dias que posso me dar conta que estou VIVA... E como aquele pássaro que apesar de sua diversidade não deixou de ser pássaro, nenhum de nós apesar de nossas diferenças deixaremos de SER HUMANOS.


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