Que claridade é esta? Assim acordo no meio da noite. Então lembro que faltou luz e Claudinha acabou deixando os interruptores acionados... Levantei e apaguei a lâmpada da copa e de seu quarto e, para meu espanto e grande alegria - Quem grita,? Ou melhor, quem canta? O galo! Pareço criança tamanha alegria que fico ao ouvir seu canto e veja só, eu nunca vi o galo... Agora me pergunto como ele deve ser? Qual sua cor? Será grande??? Como a sua ausência temporária despertou em mim tantos questionamentos... Interessante observar que tê-lo ali todos os dias cantando não me levou a pensar como seria... Todavia, bastou que silenciasse apenas por um dia para que toda a minha curiosidade fosse aguçada... Engraçado que isso não acontece apenas com o galo, mas praticamente com tudo que estamos em contato no nosso cotidiano... Geralmente me dou conta desta falta de atenção quando me pedem informação sobre um lugar especifico e, mesmo muitas vezes transitando praticamente todos os dias naquela rua, vejo que muito pouco sei do lugar que ando... O que mostra que raramente estou no presente de fato... Acredito que como eu, a grande maioria vive assim, ou com o pé no passado, remoendo... revivendo... o que não há como mudar, ou na expectativa do amanhã que nem temos certeza se viveremos até lá. E assim, vamos deixando a vida nos escapar, sem aproveitar a beleza do AGORA... Deste presente que não é à-toa que tem o nome de PRESENTE... Vou para minha caminhada em um novo caminho e como estou com a mente aguçada, observo as cores da casa, seus telhados e descubro tantos detalhes despercebidos neste tempo que estou aqui... Posso ouvir neste novo trajeto outros galos e outras galinhas e descubro que há muitos quintais repletos destas aves e sorrindo agradeço por acordar com este gostinho maravilhoso interiorano, que tem me levado a uma viagem esplêndida a meu interior...
Gostei,já está escrevendo pra contar no próximo livro? Muito bacana!
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