sábado, 26 de fevereiro de 2011

Matemática "Pernambucana!"

1 é 3,00
2 é 5,00
3 é 10,00
Olha o caranguejo!
Um é três
Dois é cinco
Três é dez...
La foi meu ouvido fazer tõe...õe...õe...
Chamo o “moço” e procuro entender as suas contas e foi muito divertido nosso dialogo.
- Como pode 2 ser 5 e 3 ser 10?
- Se a senhora comprar 2 fica por 5, mas se comprar 3 paga 10.
- Mas está errado teria que ser 4 por 10.
- Não moça se 1 é três, dois é cinco, o certo é 3 por 10.
Flávia, minha amiga lhe diz:
- Então eu quero dois de 5,00. Eu até lhe dou o dinheiro trocado.
- Pera ai moça ta fazendo confusão na minha cabeça. A mulher disse que era para vender assim, 3 por 10,00
- Certo, então minha amiga vai comprar 2 por 5,00 e eu também quero 2 por cinco.
- É! Assim eu tenho que dar 4 caranguejos... a mulher então explicou errado.
E assim compramos nossos 4 caranguejos mais ainda vendo na cara daquele sujeito a confusão matemática que ele não conseguia entender.
E lá foi ele gritando...
Olha o caranguejo
1 é 3,00 e 2 é 5... E ele engoliu os 3 ou 4 por 10,00 

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ilha das Fontes... Ilha do Pati... Dois Paraísos... (23/02/11)

        Ecoa no ar uma risada gostosa... A paisagem é esplêndida, ao fundo a ilha do Pati, o mar azulado, o verde da mata e Viviane vermelha como uma amora rindo gostosamente por Miguel ter ficado com uma perna presa na lama e a outra no barco que entortava dando a sensação de virar... Nalva que já vinha muito apreensiva no ônibus escolar que nos deixou no porto, estava pálida como uma uva que ainda não decidiu a sua coloração. Ela apesar de ter nascido na região nunca havia andado de barco.
       Ali naquele momento parecíamos crianças, nossas gargalhadas se misturavam a natureza e trazia em mim uma sensação de felicidade indescritível... Acabei sendo a última a descer do barco e não imaginava que também ficaria presa no lamaçal... Aqui onde moro, no Recôncavo Baiano, é uma região de mangue e, eu que jamais tinha vivenciado andar no manguezal, precisei ser socorrida por Eli que pacientemente segurou a minha mão até chegar à praia de maneira segura, pois além de ser muito escorregadia, a lama engolia a minha perna até quase o joelho... E Luciana máquina e sorrisos a postos filmando todo meu “desajeito” no manguezal...
       Nessa travessia avisto um búzio me encanto com sua beleza e Rosevânia gentilmente pega para mim. Nem imagino que há nele um hospedeiro e tamanho não foi meu susto quando o bichinho resolveu por a carinha pra fora... Novas gargalhadas, agora era eu o motivo da graça... Cláudia e Neia me explicam que preciso cozinhar para tirar o bicho dali e que é até comestível, mas eu com este coração de manteiga o devolvo ao mar...
       Logo que chegamos à escola corremos todos para lavar os pés incrustados de lama e para nossa grande surpresa, logo depois ao adentrarmos na cantina em busca de água para beber, nos deparamos com um verdadeiro banquete, moqueca de peixe e de siri, peixe frito, pirão de banana que estava delicioso e que nunca havia comido, feijão de leite, feijão fradinho, saladas, arroz... E de sobremesa um sorvete de aipim, isso mesmo de macaxeira, feito de mandioca... E todas nós queríamos a receita daquela exótica sobremesa... Estávamos famintos e o mais engraçado de tudo que havíamos levado uma feijoada patrocinada por Eli a Assistente Social do grupo que está indo para outras paragens...
         E este feijão andou... viajou... Vadinha e Manuela segurando a grande panela e fazendo todo malabarismo no manguezal quando chegamos à ilha das Fontes, outro local bonito e de uma paz acolhedora, aquela que dar vontade de ficar um “tantinho” mais, porém lá a descida foi muito mais tranqüila e a lama embora escorregadia não engolia os nossos pés... Ao chegar pedimos para ferver a feijoada feita pela nossa colega Marly que no último instante não pode vir, a vida e seus imprevistos... O cheiro espalhou gostoso pelo ar, a fome foi se “achegando”...
     Mas, devido o adiantar da hora se fossemos almoçar lá, não conseguiríamos fazer o trabalho na outra localidade e então voltamos para Ferrolho (porto) e de lá embarcamos em outro barco para a ilha do Pati, as mais corajosas resolveram ir de canoa com Sr. Mano que segundo a colega Jusileuza era exímio canoeiro. E lá no lamaçal a dificuldade foi bem maior para carregar o grande caldeirão agora era Carla e Manuela que dançavam pra lá e pra cá para manter o equilíbrio e não derramar o feijão... Carla Monique e Verena não se aguentavam de tanto ri da situação das colegas. Tudo era motivo de riso e graça e com este clima de alegria e descontração o trabalho desenvolvido por todas nós foi simplesmente maravilhoso...
       Só podia ser coisa de Vadinha que elogia o prato bonito do senhor já bem idoso que almoça a porta de casa que fica em frente da Escola, e ele gentilmente resolve pegar peixe para ela. Para nossa surpresa e graça a sua esposa chega à porta, mãos na cintura, cara amarrada e dedo em riste dizendo: - “Tou de olho em você. Viu?” Mas, apesar do ciúme declarado de sua mulher, o moço não deixou de lhe trazer o peixe...
        Dona Brasília a diretora da Escola logo nos repreendeu por termos levado comida, achou um absurdo imaginarmos que elas não iriam se preocupar com nosso bem estar... E o feijão voltou... E lá vão as meninas se equilibrando com a panela no manguezal... Resolveram voltar na canoa que amarrada ao barco acabou por dar um grande banho em Manuela que de braços abertos me lembrava o Titanic...
      Amei as duas instituições... Tudo muito arrumado; pareciam casas de bonecas... Bonito ver nos olhos a alegria de D. Brasília por já ter ali neto de seus primeiros alunos, acredito que toda comunidade tenha passado pelo seu saber... E que gostoso ouvir o relato de seus antigos alunos que contavam o orgulho de ter ali filhos, sobrinhos e netos.  A simplicidade daquela gente e a beleza daquele lugar fortalecem em mim a fé no ser humano, pois apesar de tanta coisa negativa que ouvimos e vemos no nosso dia-a-dia ainda temos verdadeiros paraísos, ainda temos pessoas tão verdadeiramente humanas como dessas comunidades...

Ser amigo! (09/04/2009)

Ser amigo é ir além das estrelas...
É ir muito além da via láctea
Ser amigo...
É invadir todo o ser
e se alojar na alma
É sentir um amor inexplicável
Ser amigo...
É ver... sentir...
Mesmo sem nunca ter estado ali
Ser amigo é chorar... é sorrir
Me desnudar ... é repartir
É partilhar... te sentir...
É trilhar ... se permitir ...
E mostrar sem medo de ferir
o que vai no mais fundo da nossa alma...
Ser amigo
É ser o que sou para você
Ou melhor, o que na realidade
é o que é   para mim
Ser amigo ...
É poder dizer
Simplesmente e verdadeiramente
Eu Amo você!

O abraço que não dei...

“O amanhã não está assegurado a ninguém, jovem ou velho. Hoje pode ser a última vez que vejas aos que amas. Por isso não esperes mais, faça hoje, já que se amanhã nunca chegar, seguramente lamentarás o dia em que não tomastes tempo para um sorriso, um abraço, um beijo e que estivestes muito ocupado para conceder-lhes um último desejo” (Gabriel Garcia Márquez)

01/04/2009
            Levantei naquela manhã com o coração pesaroso, uma angústia, sem nenhuma explicação visível. Fiz minhas orações de agradecimento, tentando dissipar aquele sentimento incomodo tão forte em mim...
            Passei o dia tentando por toda energia no trabalho, mas a tristeza parecia agigantar em meu peito, resolvi tomar um banho e permaneci um bom tempo sentindo a força da água em meu corpo, tentava assim aliviar aquela tensão inexplicável que teimava em permanecer comigo.
            No dia seguinte meu irmão Med veio em casa e percebendo minha tristeza perguntou-me o que tinha, disse que não sabia explicar, mas que sentia uma grande tristeza, como se algo muito ruim fosse acontecer. Sorrindo me disse: que bobagem mana, relaxa!
            De tarde estava atribulada de trabalho, precisava dar conta de todas aquelas cópias e levar para faculdade. Nesta época, fazia o curso de Letras na cidade de Seabra e, morávamos em Palmeiras no Estado da Bahia, sobrevivendo com a mini gráfica que ficava instalada na sala de casa...
De repente chegou Mariane, tão doce, tão bela no colo da avó materna. Ela com apenas 1 ano e 8 meses ali me dando os braçinhos ávidos por meu abraço, mas estava correndo, precisava ainda separar, organizar todas aquelas páginas, grampear... Enfim já eram mais de 17h e o carro passaria às 18 para me pegar... Sorri para ela explicando que não podia pegá-la e enquanto saía jogava beijos... que coisa mais linda, que imagem mais terna ... aquele sorriso inocente, aquele brilho no olhar...
            Na faculdade, no intervalo, encontro com a Diretora no pátio muito abatida e, apesar de ainda estar angustiada, com aquela tristeza inexplicável comecei a falar de coisas positivas para a mesma tentando reanimá-la. Isso é uma característica de minha personalidade, querer ver o outro bem e feliz... De repente Lan avisa que há uma ligação para mim na secretaria. Estranhei o fato, quem poderia estar me ligando? - Disse que era de minha casa... Sai correndo...
            Alô, digo aflita, uma voz feminina pergunta: - é Kátia? – Sim sou eu! Então o silêncio... Alô! Alô! Insisto... Ouço a voz de Rafael, meu filho mais velho, chorando e gaguejando – mãeinha... mãeinha... ai mãeinha Mari caiu... Mãe Mari morreu...
            Não podia acreditar naquelas palavras, fiquei totalmente anestesiada, sem ação... O rapaz da secretaria percebendo a palidez de minha face foi em busca de minha prima Núbia. De repente a sala estava repleta das pessoas de minha cidade que estudavam lá... Meu Deus não podia ser... Estive com Mariane naquela tarde...
            Fomos todos embora, eu permanecia calada, apenas orava a Deus rogando forças para enfrentar tudo aquilo... A cidade parecia deserta, passamos pela casa de meu irmão Med, ele era o pai dela, não havia ninguém, assim como na casa de meus pais. A cidade estava estranha, ninguém nas ruas, um silêncio assustador... Nos dirigimos então, para o Hospital e lá estava praticamente toda a população, tanta gente que senti dificuldade de enxergar os meus... Vejo de repente meus filhos, os três, num único abraço chorando copiosamente... Mas, precisava ver meu irmão, ele que devia está precisando de toda minha força naquele momento. Cruzo com minha mãe inconsolável e quando consigo atravessar aquela multidão de gente os vejo, meu irmão ali abraçado a Mari desesperadamente pedindo que ela acordasse...
Ao tentar me aproximar, sinto um braço me puxar. A enfermeira então me diz: ele precisa entregar a menina, a ambulância esta esperando, precisa ir para Itaberaba fazer autópsia e já tem mais de uma hora que estamos aguardando...
Olho para meu irmão com todo amor que possa irradiar naquele momento, a dor é dilacerante, mas o meu amor é ainda maior, o abraço e juntos choramos. Ali em oração peço orientação a Deus, que momento difícil... Mas as palavras fluem e o meu amor o abraça e ele me entrega a filha... Quanto doeu naquele momento tê-la ali em meus braços, como doeu aquele abraço que não dei... A dor parecia rasgar toda minha alma... Abraço seu corpo inerte, sem vida ...
A ambulância sai, um primo os acompanha. Precisamos voltar para casa, vamos todos para casa de meus pais, a casa enche, a dor é intensa... Fico sabendo que Mari brincava com a mãe em cima da cama jogando um ursinho de pelúcia uma para outra e, de repente o brinquedo cai atrás da cama, minha cunhada se vira para pegar, de repente... Mari cai, parece desmaiada, a mãe sai em busca da vizinha, não encontra ninguém. Vai em busca de Leu, meu outro irmão, ele ainda faz respiração boca a boca e sai desesperado correndo para o hospital com ela nos braços. Um amigo o ver correndo alucinado, pega o carro, o alcança, mas ele nem olha, permanece correndo. Todavia, Mari já estava sem vida desde o momento que a encontrara.
Foram dois dias de desespero numa espera angustiante, pois estava tendo um congresso em outro Estado e não havia ninguém que pudesse fazer autópsia em Itaberaba. O corpo é levado para Feira de Santana e somente depois de localizar uma pessoa amiga o processo foi agilizado... Meu irmão entra em estado de choque é internado...
Os amigos chegam de todos os lados. Luciano Pimentel, um grande amigo, ou melhor, um outro irmão chega de Salvador trazendo com ele tanta força e tanto afeto. Nossa casa permanece sempre cheia, as pessoas assumem a cozinha, a limpeza, enfim aparece gente para tudo, nunca em toda minha vida vi tamanha solidariedade...
A família de São Paulo entra em contato, jamais poderia esquecer o imenso gesto de amor de minha prima/irmã Rita de Cássia, filha de tio Adroaldo, embora distante, esteve, com certeza, bem presente.
Meu coração parece que vai explodir. Os filhos, os sobrinhos, os avós, os tios, os irmãos, todos inconsoláveis... Um deles, Breno, estava em São Paulo e chega desesperado. Saio escondido de vez em quando para ir em casa chorar, me refazer... Neste período contei muito com a força e o amor de Jô que permaneceu ali o tempo todo ao meu lado...
Tenho que fazer coisas que jamais imaginei que pudesse cumprir. É necessário ir ao cemitério resolver sobre o túmulo... Mas, preciso ir... Como a morte é estranha... É dolorosa... É fria...
Enfim, o corpo chega meu irmão já esta em casa, dois dias aguardando, dois dias de muita dor... Resultado da autópsia - refluxo... O corpo, que estranho, na verdade Mari chega tarde da noite, precisamos aguardar o dia amanhecer, Med não sai se quer um instante do lado da filha... Chegou a hora de irmos para o sepultamento. Vamos ali abraçados e eu ali cheia de braços e abraços, mas tão vazios se fazem meus braços do abraço que não dei...
            

Meu coração conseguiu voar!

04/11/2010
                Sou tomada por um amor indescritível, amor por mim mesma e por todos aqueles que estão em volta e em mim... Uma compaixão invade todo meu coração e traz com ela a imagem de cada um que na minha ignorância, maltratei... não soube amar e agora pego cada um e trago amorosamente para dentro do meu ser e os acolho e os amo e os agradeço, pois foram estas pessoas que me trouxeram as maiores lições, serviram como guias, como mestres para lapidar o diamante que estava aqui.
                As flores vão nascer não mais sem querer, elas vão nascer com consciência, com brilho, com cores e com muita luz... Elas irão florescer meus passos e esparramar pelo meu caminho todo perfume necessário para purificar o que ainda precisa limpar em meu coração.
                Um amor imenso e muito intenso invade minha alma e feliz me vejo em você... Kátia/menina Kátia/flor/ Kátia/mulher... Uma alegria estonteante vai tomando conta e iluminando cada aposento que viveu escuro ao longo de todos esses anos, e o gostoso não há culpas, não há cobranças, não há medos, não neste momento que consigo estar comigo mesma e sentindo tanto amor por tudo e por todos, tendo plena consciência que é o reflexo do que na verdade sinto por mim e, isso irá me manter serena, equilibrada e feliz... 
Agora preciso cuidar do jardim com mais zelo e muito cuidado, não posso permitir a invasão de ervas daninhas, elas não condizem com a pureza deste amor e jamais posso esquecer que ele me libertou. Sendo assim, deve ser LIVRE... que ele nunca queira aprisionar o outro porque se hoje toda esta emoção emerge de mim, com certeza, foi por que neste instante meu coração conseguiu enfim bater asas... Meu coração conseguiu VOAR... 

Ser criança...

O calor está insuportável e sentir vontade de tomar um chocolate gelado... engraçado já no final pude sentir o gostinho do "todinho" dado no lanche na escola... Meu pensamento voou e atravessou fronteiras... pontes... para chegar naquele pátio onde corríamos sem malicia e sem maldade... simplesmente éramos crianças... Do mínimo fazíamos o máximo, em tudo havia vida... um pedaço de pedra virava personagem e a gente se perdia no mundo maravilhoso da imaginação... éramos felizes... Hoje vejo "crianças" com olhares opacos, sempre insatisfeitas mesmo tendo tantas coisas, tantas opções, todavia lhes falta espaço para correr, espaço para que possam ser apenas crianças... Talvez o problema de suas tristezas e melancolias, seja apenas isso... Seus pais talvez inconscientemente estão tolhendo a maior riqueza do ser humano que é a imaginação e criam seus filhos com tantos afazeres, aula de inglês, natação, ginástica, reforço escolar que não os deixam ser livres por um pequeno tempo que seja para pensar... para criar... para sonhar... e vejo cada vez mais mines seres humanos robotizadas...mal amados... E triste observo que está cada vez mais raro ver criança ser criança...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Faxina!

Hoje sábado, tirei o dia para faxinar a casa e a alma, enquanto limpo cada cômodo visualizo limpando meu coração... E a manhã está  numa tranquilidade que é quebrada vez por outra pelos meus atchimmmm... mas até eles hoje não me incomodam... Muitas vezes vamos guardando tantas coisas que nem mais usamos e, desta forma vamos estagnando a energia de nosso lar. Hoje resolvi dar vida a cada canto, a cada espaço, permitindo assim que novas coisas cheguem e que as velhas tralhas que já não me servem, possam ir fazer morada em outro lugar, levando com elas principalmente restinhos de mágoas, sujeiras de ressentimentos que serviram apenas para me machucar, até o dia que pude acordar e ver que quando guardo sentimentos negativos nada traz de proveitoso para mim e nem para o outro que muitas vezes nem esteve a par de minha dor... Quantas vezes nos sentimos magoados por certos gestos, por certas palavras e quem fez ou disse se quer tem noção de nosso sofrimento. Na verdade nós que damos poder ao outro para nos machucar, pois no fundo tudo é da forma que encaramos, que vemos, o que significa dizer que nada vem de fora, tudo vem de dentro e isto quer dizer que SOMOS OS ÚNICOS RESPONSÁVEIS por tudo que nos acontece... TUDOOOOOOOOOOOOOOO eu sei não é fácil encarar isso, mas não aceitar é assinar o papel dizendo que somos marionetes... E isto com certeza, não somos... Bem mais deixa eu voltar a faxina a vassoura que batizei de Cremilda já me grita: Dona Kátia eu não posso e nem vou fazer o trabalho sozinha viu? Eita vassoura ousada rsrsrsrs Porém se não for ajudá-la corro o risco de não sair voando com ela por aí depois... 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Kekeko!

Nunca tinha estado com um cão tão dengoso... ele com aquele olhar de pidão foi se “achegando” e se ajeitando no sofá de meu lado... Eu ali, com aquele sono gostoso depois de uma manhã de sol e mar e kekeco ali querendo atenção... Mas acho que meu cansaço estava tão visível que gostosamente ele se ajeitou, e se enfiou entre meus braços adormecendo...

Como a vida é interessante e como jamais devemos dizer “desta água não beberei”. Alguns anos atrás fui surpreendida no quarto por White – um poodle que acabou se deitando aos pés da cama me impedindo de dormir e agora? Veja só! Estava eu dividindo prazerosamente o sofá com Kekeco e ele enfiado em meus braços...
Talvez Kekeco tenha me conquistado com seu olhar pidão. Ah! o olhar é sempre ele que me desarma... em todo tempo que estive em sua companhia não ouvir “reclamar”, todavia ele aprontou uma que jamais irei esquecer. Também quem mandou deixá-lo trancado sozinho por tanto tempo e ainda esquecerem lhe dar sua ração???
Quando abrimos a porta do apartamento não podíamos acreditar no que víamos, Kekeco simplesmente havia feito a festa com o balde de papel higiênico. Fui para o quarto com o coração pequenino quando vi seu dono o repreender, mas nem assim o vi “gritar” e eu que achei que ele iria ficar ofendido, nem havia passado meia hora, lá estava abanando seu rabo atrás de dengo... kekeco é simplesmente assim, um poço de ternura...  e hoje acordei sentindo falta do seu carinho...
Viu que carinha de Pidão!

Espie Kátia!

Eita que meu ouvido fez tõe... õe... õe... Interessante observar que quando algo nos chama a atenção, todos os nossos sentidos parecem agigantar e aquilo que parecia ser algo tão simples e natural ganha outro significado, surge um novo olhar... E assim fizeram meus ouvidos ao ouvir – Espie Kátia!
Ontem conversava com um grande amigo, e ele recordava às vezes quando éramos adolescentes e eu achava muito engraçado a sua maneira de falar, que apesar de já ter passado mais de 30 anos ele continuava a pronunciar – “espie”, agora sendo comentário de estranheza de sua filha. Eu até o dia de hoje só havia escutado – Espie Kátia - na voz de meu querido amigo. Porém, coincidência ou não, hoje no trabalho enquanto estava reunida com algumas colegas discutindo sobre algumas atividades, uma delas de repente me disse:- “Espie Kátia” e sua fala me fez mais uma vez voltar ao tempo e como disse tão bem Caetano Veloso – “o pensamento parece uma coisa à-toa, mas como é que a gente voa, quando começa a pensar...”
É uma pena que as pessoas não consigam perceber a imensa dádiva que temos em poder pensar... relembrar... sonhar... Podemos através de nossos pensamentos criar tantas coisas boas. Infelizmente a grande maioria fica preso a ressentimentos, negatividade e assim desperdiçam esta tão maravilhosa energia de SONHAR... “O pensamento parece uma coisa à-toa, mas como é que a gente voa quando começamos a pensar”... Que possamos voar sempre nas asas da imaginação positiva...

Coincidência?????

Começaríamos hoje um trabalho de conscientização e sensibilização nas escolas, a respeito da importância da Educação Inclusiva. A minha parte seria falar sobre as Leis de forma prazerosa. Busquei informações sobre algumas associações e pude constatar mais uma vez, que todos os avanços nas Leis, nesta modalidade se deram a partir do movimento dos pais que tem filhos especiais. As pessoas esquecem que somos nós o “governo” e que somos nós que, de certa forma, fazemos as Leis. Afinal de contas quem coloca os governantes no poder? Não somos nós? Mas, ouvimos sempre os professores queixarem da obrigatoriedade que a Lei criou dando direito a estes seres humanos a estarem na escola, tendo inclusive o direito a uma educação de qualidade. As pessoas esquecem que somos tão vulneráveis, tão frágeis e ainda temos o péssimo hábito de achar que as coisas só acontecem com o vizinho. Enquanto fazia estas conjeturas em minha mente de como seria a minha fala, resolvi abrir o livro – O Rio que flui (pensamentos e reflexões) de Paulo Coelho para ver qual seria a mensagem para aquele momento, afinal falar em público por maior que seja a nossa segurança sempre dar aquele “friozinho na barriga” e fiquei estupefata com o texto que saiu ao abrir a página aleatoriamente. E depois que vocês terminarem de ler entenderão a causa de meu assombro e sei que nem precisarei dizer que o trabalho foi excelente.

Antes de uma conferência
Uma escritora chinesa e eu nos preparávamos para falar em um encontro de livreiros americanos. A chinesa, extremamente nervosa, comentava comigo:
- Falar em público já é difícil, imagine então ser obrigada a explicar seu livro usando um outro idioma!
Pedi que parasse, ou também iria ficar nervoso, pois seu problema era igual ao meu. De repente virou-se para trás, sorriu, e me disse baixinho:
- Tudo vai correr bem, não se preocupe. Não estamos sós: olha o nome da livraria da mulher sentada atrás de mim.
No crachá da mulher estava escrito: “Livraria dos Anjos Reunidos”. Tanto eu como ela conseguimos fazer uma excelente apresentação de nossos trabalhos, porque os anjos nos deram o sinal que estávamos esperando. (Paulo Coelho)

Chorão

Todas as tardes ao sair do trabalho descobrir o prazer de passar embaixo daquela árvore que, apesar do sol escaldante ela jogava as suas gotas d’água em mim. Claro que não era a única privilegiada de sua ação, mas talvez fosse a única a sentir um prazer imenso nisso. A minha colega Bete me disse que seu nome era Chorão e mesmo quando vínhamos conversando distraídas pela rua, ao me aproximar daquela árvore já corria para passar por baixo de sua copa. Tanto Bete como Jo, nossa outra colega achavam engraçado meu prazer infantil de sentir as “lágrimas” do Chorão... Cheguei a pensar como seria gostoso se tivesse uma trilha desta árvore até minha casa... Que gostoso era sentir suas gotículas em meu corpo. Mas, hoje a cidade amanheceu chovendo e devido a chuva intensa passei despercebida da presença daquela árvore. Todavia, ao retornar agora com o tempo apenas nublado, levei um grande susto... Chorão havia se transformado em pedaços de troncos jogados no chão da Praça. Uma tristeza e uma incomoda melancolia surgiu em mim... Fiquei ali parada olhando inconformada para aqueles pedaços de madeira que até ontem tinha uma identidade, tinha vida, era meu Chorão. Pesarosa sair andando para casa me perguntando: Será que apenas chove na cidade ou a natureza chora a perda de mais uma filha? E choro a perda de Chorão.
                                      O que sobrou de meu chorão... 

A história de Rebeca

Hoje fiquei encantada ao ver os olhos brilhando da professora Sandra ao contar as travessuras de Rebeca. Dizia ela: - “você pode não acreditar, mas ela depois de mexer com todos nós (ela e os irmãos) Rebeca se afastava, mas ficava atenta a todo nosso movimento. Ela ganhara Rebeca na escola, cada criança de sua classe teve direito de ter um pintinho e antes de irem para casa, todos alegres e alvoroçados batizaram seus bichinhos...
A pró Sandra só se deu conta depois que Rebeca tinha uma deficiência, um de seus dedos era defeituoso, mas apesar de seu problema ela aprendeu a se sustentar, e todas as manhãs quando ela e seus irmãos se levantavam, a franga saía “pinicando” os pés de todos eles.
Enquanto ela falava eu podia visualizar as peraltices de Rebeca e naquele instante vi o Dom maravilhoso da colega em contar histórias...  Eureka! Podemos aproveitar toda a sua criatividade, a deficiência e a danação de Rebeca para partilhar de forma prazerosa com nossos pequenos alunos toda esta brilhante história, mostrando a eles que apesar de diferente Rebeca fez a diferença no coração e na vida de Pró Sandra e que o fato de ser diferente, deficiente não significa dizer ser incapaz. No final do "causo" contado estava eu apaixonada por Rebeca.

Recife!

O dia amanheceu belo em Recife, interessante observar que o sono me abandonou simplesmente por estar feliz demais. Enquanto a maioria das pessoas perde o sono por angústias e preocupações, eu não consegui encontrar com o meu por estar numa alegria gostosa... E permaneci ali quieta , observando o sono da capital Pernambucana... havia um silêncio tranquilo, onde podia se ouvir o ressonar da cidade. E quando o sol chegava de mansinho, meu sono preguiçoso o acompanhava, vinha terno querendo me abraçar... me desculpei com ele, mas preferi sair de braços dados com a manhã que sorrindo me convidava a por em movimento meu corpo e toda esta alegria que habita meu ser. Ah! e o sono? 
Marcamos de nos encontrar na "calada da noite".

A vida e suas bênçãos...

A vida e suas bênçãos... Hoje tive um dia de grande emoção, em pensar que tantas vezes chorei achando ser o silêncio de minha filha um grande obstáculo, na verdade a sua surdez foi e é para minha vida o grande FAROL... Hoje aniversário da prefeita e ela foi convidada a representar a Secretaria de Educação da cidade que vivemos... Ela e o namorado declamaram em LIBRAS um acróstico... Eu, claro, ali chorando, coração batendo, dando verdadeiros saltos de alegria, de emoção... Enquanto ela lá no palco, solta, leve, feliz eu do outro lado vendo um filme passar em minha memória... Recordei o dia que ouvi uma professora dizer a outra enquanto passávamos... Eu havia ido buscar ajuda com a diretora daquela escola... A educadora maldosamente disse a colega: - "Não sabia que aqui havia virado hospital!" Quanto chorei naquela manhã ao chegar em casa... E hoje Cláudia estava ali representando uma Secretaria de Educação... Talvez esta professora nem venha a saber de seu feito, mas ali tive a alma lavada, ali tive a certeza que a vida é muito maior que gestos pequenos e mesquinhos. Hoje tive a certeza que o seu silêncio foi e é para mim a música maior, o seu silêncio é o grande som de meu coração... 

A todos vocês beijos sonoros SMACK!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tempo... tempo... tempo...

Falei ontem com Bruninho, meu sobrinho que tem 17 anos, que coisa boa namorar na era da tecnologia e ele me perguntou por quê? Respondi: no "meu tempo" levava quase um mês para receber uma carta... No que de imediato ele disse: mas seu tempo é agora também, afinal você está viva e vivendo este tempo que também vivo... E pode também fazer o que faço; aproveitar da tecnologia para namorar, conversar com os amigos etc. Pensei - Não é que ele tem razão! Nosso tempo é o AGORA, mas veja só... é verdade quando se diz: "o cachimbo é que deixa a boca torta" rsrsrsrs Muitas vezes parecemos papagaios repetindo frases feitas, esquecendo da força e do poder que tem as palavras... Orai e vigiai! Ou seja, precisamos estar atentos ao que dizemos para que nossas atitudes possam sempre nos favorecer, pois quando digo no meu tempo, é como se o PRESENTE não fosse para mim um grande presente de estar aqui e AGORA aproveitando de todas as coisas boas deste NOSSO TEMPO. 

Um bom dia atemporal!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Expectativa...


  
Aqui estou eu coração aos pulos numa alegria estonteante... como é gostoso sentir esta alegria juvenil, estar assim apreensiva e totalmente atenta com o dia... com o novo... com o que está por vir... O sono não poderia ter sido diferente... em alguns momentos agitados, afinal tudo fica mexido e remexido em nós quando se mexe com a emoção... com sentimento... Mas apesar daquele aperto no coração, da descarga de adrenalina que acontece em mim vez por outra a FELICIDADE está presente... está aqui nos mínimos detalhes, até mesmo na maneira que me olhei logo cedo no espelho... Ah Kátia Maria disse a mim mesma - de que tens medo? Afinal menina você merece, todos nós merecemos não só estar FELIZ, mas SER FELIZ e a felicidade é isso garota. A felicidade é simplesmente acordar de bem com  a vida, a felicidade é ficar na expectativa gostosa do novo e, que mesmo que possa se tornar uma velha experiência, o segredo é manter sempre o sabor da aventura, da novidade, afinal tudo é novidade todos os dias, nós que aprendemos o péssimo hábito de normatizar tudo de uma maneira simplista demais, como se a vida pudesse ser SIMPLESMENTE ASSIM... E se nada disso seguir adiante, o trajeto até aqui foi válido, foi gratificante, pois na realidade, no fundo, no fundo a FELICIDADE é o caminho, é esta expectativa que mantém seu coração aos pulos e se tiver que tomar novo rumo, sorria, pois novas portas se abrirão, novos sonhos surgirão, o que não pode e nunca deve fazer é ter medo de viver... Então menina se jogue... Lembra-se "Quem não arrisca não petisca"... Arrisque e por certo terá sempre uma vida em movimento e o coração sempre FELIZ porque você traz a ele muito mais que apenas seu sangue o bombeando... Você traz a VIDA fazendo gostosamente BUM SQBUM BUM BUM SQBUM... Você traz a música... Você traz o AMOR!

Bom dia cheio de amor a todos vocês que fazem parte desta jornada comigo!

Carlos Douglas morreu! (09/02/11)



Imagino que como eu, vocês se perguntaram: Quem é Carlos Douglas? Será que eu conheço? Assim com está curiosidade perguntei a professora, antes mesmo dela terminar de "molhar o bico" quem era Carlos Douglas. Ela sorrindo responde: - "foi o pinto que dei como prêmio ao meu aluno que é autista. E veja que percepção desta pró, pois além de cumprir sua promessa, indo inclusive na casa da criança levar o pintinho, teve o cuidado de conversar com o mesmo sobre a morte, caso o animalzinho viesse a falecer... E ele morreu, mas apesar da dor gerada pela ausência de seu bichinho de estimação o garoto não chorou e parece ter superado de forma natural aquela perda. Todavia a sua mãe já estava providenciando um outro pinto. Acho que todos sabem que o autista é uma disfunção global do desenvolvimento, afetando a capacidade de comunicação que leva o sujeito ao isolamento social. O  pintinho além de alegria que trouxe a esta criança, a lição sobre a morte, trouxe também a todos nós professores naquele momento uma reflexão... Ele havia escolhido o nome de dois primos para seu pintinho, sinal de que apesar de seu isolamento ele percebe o mundo e a partir disso a professora terá subsídios para trabalhar com esta criança. Embora muitas pessoas acham um absurdo está abrindo espaço para estas pessoas na Escola Regular, posso observar através desta experiência e de tantas outras como tem trazido beneficio não só para eles que precisam de cuidados especiais como também do educador que acaba sendo sensibilizado, passando a ver o mundo por outro prisma como pude ver nos olhos que brilhavam daquela pró contando a história de Carlos Douglas... E engraçado parece que a morte deste pintinho atingiu o coração do galo do vizinho, hoje ele está silencioso...

E que possamos continuar nos integrando com o outro apesar de suas dificuldades, diferenças e diversidades, pois no fundo SOMOS TODOS UM!