segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Faxinar é algo sempre necessário e quando estamos envoltos nesta energia natalina ficamos mais sensíveis e hoje acordei assim, na verdade fui dormir assim... Ando tão a flor da pele..." É vejo que há ainda muito o que limpar de meu porão e quando mais a vassoura esfrega o chão, mais a poeira levanta e é hora de encarar toda a sujeira para começar um Ano Novo realmente novo, sem carregar velhas dores, e poder olhar paras as cicatrizes tendo a certeza que por mais que o outro grite elas não voltarão a sangrar... Hoje estou assim limpando o pequeno corte que se abriu quando eu acreditava que não havia sequer mais marcas na pele... mas como sempre digo tudo faz parte do processo e a dor também é necessária para que possamos ver que há ainda o que espanar... Hoje a vassoura corre solta em mim e espero na virada do ano estar com meu soltão cheio de muita LUZ! E as crises são realmente necessárias para que possam ocorrer as grandes mudanças, elas nos fazem mexer e quando algo me incomoda eu vou lá no fundo, mesmo quando a dor aumenta... Mas sei que depois a alegria da superação é simplesmente indescritível e afinal sou EU a RESPONSÁVEL por tudo que me ocorre e se algo saiu dos trilhos, preciso melhorar as manobras no meu caminho...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Viver e não ter a vergonha de ser FELIZ!

Estou EM São Paulo, precisamente na Rua Alvarenga no Butantã e estou maravilhada com o verde e o canto dos pássaros. São 7.30 da manhã e é muito gostoso ver que na “cidade de pedra” ainda existem lugares aconchegantes como este... Mas, o canto tão maravilhoso das aves já começa se embaralhar na orquestra do trânsito que com o adiantar das horas se intensifica. O rapaz em frente de onde estou liga sua moto e o ronco forte do seu motor traz uma nova percussão de todo este som que se processa em mim...
A rua é tranqüila, observo que os carros passam e depois há uma pequena pausa onde o canto dos pássaros se faz muito mais presente. Imagino que esta pausa do trânsito seja ocasionada por um farol aqui próximo...
Respiro o ar gostoso desta manhã que está fresquinha, a sensação que tenho é que o céu instalou um ar condicionado gigante. Como está me fazendo bem todo este acolhimento deste dia maravilhoso. O céu aqui não tem o azul do nordeste, é um azul acinzentado, mas nem por isso deixa de ter a sua beleza. Estou até me estranhando, afinal no percurso pude observar muitos paulistas agasalhados, e eu que sempre senti muito frio, estou apenas com um vestido leve. Acredito que a emoção de estar aqui está aquecendo o meu corpo.
Lembro de casa, pois como lá ouço um bem-te-vi que pousou bem próximo de onde estou, e ele faz sua contribuição dando seu show particular a quem tem ouvidos para ouvir e me sinto ainda mais feliz em poder ter ainda no meio de toda “parafernália” um olhar e um coração sensível para a vida...
O canto das aves está diminuindo, o barulho dos carros aumentando e meu coração aqui no seu BUM SQBUM BUM tamborilando e agradecendo ao Cosmo a oportunidade de estar aqui aguardando o inicio do curso com Dr. Amit Goswami e vivenciando tudo isso.
Lembrei de William, meu primo, que me disse logo cedo quando me levava à estação do metrô: - “Prima São Paulo não para!” E aqui reverenciando a vida peço que os paulistas não parem de ver o quanto é maravilhoso VIVER...
“VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ
CANTAR E CANTAR E CANTAR A BELEZA DE SER
UM ETERNO APRENDIZ...” (Gonzaguinha)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

VRUMMMMMMMMMM lá vem o caminhão de lixo!

E espreguiço gostosamente em minha cama e escuto se aproximando o VRUMMMMMMM VRUMMMMMMMM VRUMMMMMMM penso: Mas não é feriado?! Pelo visto o carro do lixo não tem folga, este é o barulho que todas as manhãs escuto em minha rua e, sei por ele que já são 7.30 da manhã. Interessante que mesmo no dia que estava um grande temporal onde do barulho gostoso do plac plec que cai em meu telhado quando a chuva está amena, havia um barulho estarrecedor SCHOOOOMMMM SCHOOOOOMMM e mesmo assim pude distinguir o VRUMMMM... Sair à porta porque não podia acreditar que diante aquela enxurrada de água eles estivessem trabalhando e para meu espanto estavam... Hoje não levantei o lixo acumulado ainda é muito pouco em casa, venho buscando diminuir isso em meu lar, tanto que todo lixo orgânico reaproveito em meu jardim, garrafa pet é raridade entrar em casa. Refrigerante é algo que nos faz tanto mal que evito e sempre busco valorizar o sabor natural e maravilhoso das frutas... Mas voltando ao caminhão de lixo, resolvi hoje homenagear estes grandes guerreiros que limpa todas as manhãs nossas ruas, e nem sequer damos conta de todo sacrifício que eles acabam fazendo por todos nós, perdendo inclusive um dos grandes dons que é o olfato... E quanto reclamamos quando eles passam por nós, sem nos dar o trabalho de pensar - como devem sentir aqueles seres humanos que estão pendurados, grudados com todo aquele lixo? Hoje toda minha gratidão é para todos eles que limpam sem nenhum reconhecimento a rua e a cidade onde moro, mesmo tendo ainda tanta gente mal preparada que vive sujando o caminho por onde passa... Lembrei então de uma pessoa que me respondia quando eu lhe falava com todo jeito que não devia jogar o papel no chão. Ela me disse: - “Mas Kátia é só um papel de bala!” Apenas lhe disse: já pensou se um milhão de pessoas pensarem assim! Acredito que o nosso maior mal é sempre minimizar as coisas, esquecendo que pensar localmente é também pensar globalmente... Bom dia a todos e espero que possamos cuidar melhor de nosso planeta e um brinde a estas pessoas que cuidam de nossas ruas!

sábado, 5 de novembro de 2011

Sons de São Francisco do Conde!

Enquanto faço a tradicional faxina do sábado curto os sons gostosos daqui de São Francisco do Conde, mais cedo escutava - Peixe é bom pra saúde. Olha o peixe, compre peixe! E há poucos instantes ouvia - Oia o amendoin cooooooooozido! Amendoin quem vai? E agora enquanto dou uma pausa e venho "internetiar" ouço o triiiiiiim triiiiim se aproximando Olha o sorvete... Sorvete! Vai de que? A chuva já chega fazendo seu samba lá fora na calçada Plec Plac Plec Plec Plac, enquanto a máquina de lavar ronca cansada rummmmmmmmm rummmmmmmmmm e com este rummmmmmm surge outro som, velho conhecido runhum runhum é meu estômago reclamando querendo almoçar e me espanto ao observar o adiantar das horas e ainda mais com este horário verão em pleno inverno, afinal só chove e chove sem parar...

Atenta a cada som!

Notável perceber que a surdez de minha filha fez aguçar em mim o ouvir e olhar... Agora mesmo escuto o som de minha infância, pois há um galo cantando lá longe, mas próximo o bastante para me fazer ouvir... Interessante observar que por onde passo fica gravado em mim os sons e as belas imagens e aqui onde moro, vivo sempre atenta a cada novo som, como hoje sinto falta do - Oi eu tou passando em sua porta! Chegou o mingau de milho. Em compensação o galo grita a todo peito COCORICÓOOOOOOOOOOOOOO. RSRSRSRSRS Não podia deixar de gargalhar, acabo de escrever e escuto o gostoso grito – “Tou chegando hein!” Lá vem ele com sua voz toda melodiosa trazer o café da manhã de muitos vizinhos. “Chegou o mingau de milho!” Como é belo poder acordar assim e escuto agora um outro galo mais próximo com seu canto meio rouco mas tão potente quanto o seu vizinho me dando um gostoso bom dia!.E aqui escuto agora o fervilhar da água na chaleira para tomar aquele café de Piatã com a pamonha trazida de Palmeiras, acompanhada do famoso avoador... Como não dizer que sou uma pessoa iluminada e abençoada e veja só o bem-te-vi se sentiu enciumado, corro até a janelinha da minha porta e vejo ele em meu muro cantando - BEM-TE-VI e é muito bom poder te ver mesmo que de forma virtual meus queridos amigos que todos nós possamos ter sempre este olhar mágico para a beleza e os sons da vida... Lá vem eu chegou o mingau, ele já passa aqui em minha porta e é de fato um delicioso mingau!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O poste!

Achei tão interessante um pedacinho da história de vida de uma grande amiga... Ela nem imagina o quanto fiquei emocionada com o que me relatou. Talvez fique surpresa ao ler o que agora escrevo. Enquanto estava em sua casa e ela se justificava a grande quantidade de bichinhos de luz pelo chão, por não ter havido tempo de varrer a casa etc. e tal, lembrou que não poderia reclamar, pois quando era ainda uma menina a sua casa não possuía luz elétrica, época em que aprendia a ler e escrever, então toda noite ficava desejando folhear os livros e paquerar as letras. Todavia, a simples chama do “fifó” (um pequeno candeeiro) não lhe permitia...
É interessante observar que quando a criança começa a descortinar este mundo alfabético há uma enorme curiosidade e uma vontade gigante de aprender e conhecer o novo. E aqui me pergunto: onde será que nós professores erramos? Afinal estas mesmas letras são rejeitadas e desprezadas ao longo de suas vidas? Hoje temos tão poucos leitores e sei que toda criança quando começa aprender a ler é como se tivesse descobrindo um mundo cheio de magia...
Mas, voltando às lembranças de minha amiga... E ela me dizia que passou a desejar uma casa que pudesse ter ao seu lado um poste, assim poderia sentar na calçada para enamorar os seus livros... Seu desejo foi cumprido e quando se mudou de um bairro para outro, sua casa tinha o poste tão desejado. Então, agora, como poderia ela reclamar dos bichinhos atraídos por sua luz?...
Não sei se pelo fato de amar tanto as letras e ter os livros sempre como meus companheiros fiquei muito emocionada com sua história e naquele  momento preferi nada dizer. Na verdade, a minha sensibilidade, como disse Zeca Baleiro, “ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar...” Então eu ali com os olhos nublados não conseguia, na verdade,  falar...
E hoje essa minha amiga tem duas graduações, uma pós e tantos outros cursos. Hoje esta menina que amava tanto as letras se fez PROFESSORA e mesmo quando sua casa passou a ter um poste e mesmo quando teve o prazer de ter em sua casa luz elétrica, depois de formada por não ser de família “tradicional” foi mandada para lecionar na roça. E algo que tinha tudo para desiludi-la, foi instrumento para a grande virada de mesa que ela daria anos depois, pois lá aprendeu sozinha a trabalhar com os números... De inicio para preencher o tempo, mas com o tempo foi se apaixonando pela matemática e veja que engraçado, acabou voltando para a cidade porque não havia ninguém que pudesse substituir aquele velho professor de aritmética. E ela sem saber que todos aqueles anos de estudo a estava  preparando para o tal cargo.
Hoje formada também em física, um exemplo de vida e de mulher e feliz vejo a sua única filha com apenas 25 anos terminando a segunda graduação, fala dois idiomas além do nosso velho português... Ela uma simples filha de lavadeira foi muito mais que os filhos das famílias tradicionais e nem sei se ela se dar conta do seu grande feito...
De um desejo de um poste ela transformou sua vida numa grande LUZ!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Maria mãe guerreira com Kátia!!!

Complicado é não AMAR!


Recebi uma mensagem que dizia assim - O amor pode ser complicado e automaticamente pensei comigo COMPLICADO É NÃO AMAR! Pois quando eu não amo eu simplesmente não vivo, não me permito desfrutar de todas as dádivas divinas que a vida me dar a cada instante, quando não amo não me permito adentrar no coração do outro, pois se não pude entrar no meu próprio coração como poderia saber entrar em outro coração??? E fiquei aqui refletindo que chave seria esta que nos permite adentrar no coração de alguém e em nosso próprio coração... A chave é simplesmente o OLHAR. Lembrei de algo que Saramago escreveu tão bem: "Se podes olhar, vê. Se podes ver. Repara! É isso aí, pois no momento em que posso vê e só posso fazer isso quando tenho o amor em mim, o amor REAL, não este amor pequeno, mesquinho, obsessivo, abusivo que é pregado a todo instante na mídia, amor que tem ciúmes, amor que maltrata. É tudo, menos AMOR, afinal quem AMA CUIDA. É necessário então ter a sensibilidade para REPARAR, para DESFRUTAR, para se PERMITIR... E amar não é lá uma tarefa das mais fáceis, primeiro preciso aprender a ME AMAR... Escuto tanta gente me dizendo: "Mas, eu me amo! Penso comigo, se ama de fato, porque não se aceita como é, com as “gordurinhas” a mais, com o cabelo assim ou assado, porque se estressa e busca tanto mudar seu jeito de ser para se sentir aprovado e amado pelo outro... E é fato só dou o que tenho! Então se não tenho amor por mim, como posso amar alguém? Se as pessoas, pelo menos boa parte delas tivessem amor por si, o mundo estaria tão mais harmonioso, tão mais feliz... O que vemos é uma violência crescer, se expandir porque há tanta gente insatisfeita, tanta gente infeliz, tanta gente mal amada... As pessoas esquecem que estamos aqui de passagem e que temos que aproveitar o máximo de cada instante de cada segundo e viver de forma intensa, buscando fazer as coisas de forma prazerosa, mas 90% delas trabalham com o que não gostam, vivem com quem não quer, mora onde não deseja... Por que será que vivemos nos boicotando, e de repente vem a minha mente o que Nelson Mandela disse em seu discurso de posse em 1994.

"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?"Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?.Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".

E aqui ouvindo a chuva cair lá fora, agradeço por ainda ter em mim a sensibilidade e a curiosidade de uma criança que sempre está a postos e sempre pode enxergar o novo, mesmo nas coisas já envelhecidas... Mas afinal o que será envelhecer??? Acredito que é quando "vidrifico" meu olhar para a beleza da vida que me sorrir a cada nova manhã e que se faz presente na abelha que voa, na borboleta que desfila diante de mim sua beleza, no pássaro que canta, na flor que se abre ali à-toa na calçada e que ninguém vê... E por falar em flor à-toa, partilho com vocês a foto de uma "flor de rua", que embora seja de "rua" e por isso não tem, para muitos, nenhum valor, tem em si seu próprio valor e, o majestoso da natureza é que ela não precisa de nossos rótulos para ser o que é. Ela simplesmente é DIVINA com ou sem o nosso olhar. E desejo do fundo de meu coração que vocês possam ter sempre o coração desperto com este OLHAR... Olhar para a vida!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O olhar de Deus!

Todas as segunda tenho o privilégio de ir para Santo Amaro e fico embevecida com a paisagem tão verde... Ontem fiquei sem saber se permanecia atenta as letras do livro que lia - A linguagem do Corpo - David Cohen, ou se ficava me deliciando com a garoa fina que se aproximava de mansinho de todo aquele "verdezal"... Mas a beleza da natureza sempre consegue prender o meu olhar e enquanto me deliciava com todo aquele banquete rico em verdes, lembrei da semana passada que enquanto ficava admirava com toda esta paisagem ouvir - FOMMMMMMM FOMMMMM e, de repente, o ônibus em que me encontrava foi reduzindo a velocidade. Atenta olhei para frente buscando saber do que se tratava, era um trem de carga. Como criança fiquei ali contando quantos vagões ele tinha e fui lá longe em minha infância. Acredito que tinha 6 anos quando vi pela primeira vez um trem, e o quanto havia ficado admirada naquela época e naquele momento toda aquela sensação de descoberta voltava a minha memória e enquanto observava as pessoas impacientes com o tempo que eles achavam estar perdendo por ter que esperar aquele belo trem passar, eu agradecia por ser tão privilegiada e por viver cada dia de forma gostosa e diferenciada. Afinal a rotina não existe, impossível fazer com que 5 minutos apenas do dia anterior seja exatamente igual no dia seguinte. Na verdade, os seres humanos é que "vidrificam" o olhar e perdem a beleza da vida que se descortina a cada manhã e lembro de uma frase dita de Saramago que amo: "Se podes olhar, vê, se pode ver. REPARA!" (grifo meu) Que possamos amigos sempre ter este olhar atento e aberto para a beleza e a magia da vida... Observem a natureza, eu vejo como o olhar de Deus que me sorrir a cada manhã...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Partilho com vocês a grande reflexão que o texto de Osho me trouxe...

Trecho extraído do livro - CRIATIVIDADE - Liberando sua força interior - Osho p. 159 e 160

(...) Você diz: "Às vezes, pergunto -me - como seria o mundo sem a arte e a imaginação criadora que torna a arte possível?" Noventa e nove por cento da arte produzida não é arte, absolutamente, é lixo. Raramente, alguém produz uma obra de arte, muito raramente. As pessoas são meros imitadores, técnicos - pessoas hábeis, inteligentes, mas não artistas. E o desaparecimento de 99% das obras de arte da face da Terra será uma bênção, pois mais parecem vômito do que qualquer coisa criativa.
Atualmente, algo muito significativo está ganhando interesse - terapia artística. Isso é relevante, faz todo sentido. Quando as pessoas estão doentes, mentalmente doentes, a arte pode ajudar. Podemos dar à pessoa doente telas, pincéis e tinta e dizer-lhe que pinte qualquer coisa que desejar. Logicamente, qualquer coisa que ela pinte será loucura, despautério; mas, depois de pintar algumas loucuras, ficamos surpresos ao ver que ela vai recobrando a sanidade. A pintura é para ela como uma catarse; é um vômito. Seu sistema orgânico lança fora.
Portanto, a chamada arte moderna não é nada mais que isso. Os quadros de Picasso podem ter servido para salvar o pintor da loucura, e nada mais. E eles são perigosos nos casos em se medite a respeito deles, pois, se meditar sobre o vômito de alguém, você enlouquece. Evite isso! Nunca tenha um quadro de Picasso em seu quarto, pois você terá pesadelos.
Veja só: Ponha na sua frente um quadro de Picasso durante quinze minutos e fique olhando para ele... e você começará a se sentir inquieto, desconfortável, tonto, nauseabundo. O que está acontecendo? É o vômito dele! Isso o ajudou, foi bom para ele, mas não é bom para outras pessoas.
Agora, olhe para um quadro de Michelangelo e você conseguirá meditar durante horas. E, quanto mais medita, você entra num silêncio cada vez mais profundo. Isso não é vômito. Ele o trouxe do desconhecido. Não é produto de sua loucura, lançada para fora pelo sistema orgânico dele por meio da pintura, nem por meio da escultura, nem da poesia, nem da música. Ele não estava doente e desejava livrar-se de sua doença, não. Foi justamente o contrário; ele estava cheio, e não doente. Ele estava cheio - cheio de fecúndia de Deus. Algo se radicou no íntimo de seu ser e ele quis partilhá-lo com as outras pessoas. É como uma inflorescência, um preenchimento. Ele viveu de maneira criativa, ele amou a vida de uma forma criativa. Ele permitiu que a vida entrasse no mais reservado de seus santuários, elá ele foi fecundado pela vida, ou por Deus. E, quando você é fecundado, você tem de dar à luz.
Picasso vômita; Michelangelo dá à Luz. Nietzsche vomita; Buda dá à luz. Há uma grande diferença entre os que esses pares podem fazer. Dar à luz uma criança é uma coisa, e vomitar é outra.
(...)
Noventa e nove por cento da chamada arte moderna é patológica. Se ela desaparecer do mundo, isso será muito saudável, será muito útil. Nenhum prejuízo ao homem resultará disso. A mente moderna é uma mente enraivecida porque as pessoas não conseguem entrar em contato com a própria essência; enraivecida porque eles perderam o sentido da vida; enraivecida porque não sabem o que é significativo.

Fiz uma imensa reflexão lendo todo o texto e em especial este trecho e pude ver o porque nos sentimos tão mal quando ouvimos músicas de baixo nível, porque ela nos desequilibra, afinal são vômitos... E vejo o quanto perigosa é a TV o quanto robotiza as pessoas e o quanto as deprimem, afinal vemos praticamente vômitos de violência em todos os programas... Como temos que ser cuidadosos até mesmo com um quadro que colocamos em nossa casa, afinal se somos energia em tudo emana energia... Quanto mais estudo e entro neste mundo interior mais me surpreendo com as descobertas... Então lembro de Dr. Len precisamos limpar nossas memórias e como elas estão sobrecarregadas, afinal quanta coisa negativa ouvimos ao longo de nossas vidas e quantas coisas incorporamos sem mesmo perceber... SOMOS TODOS UM! Não podemos esquecer jamais desta conexão, tudo está ligado, é uma única teia onde tudo tem um valor, onde absolutamente tudo mexe com nossa energia... e como nos retratamos, afinal meu exterior é a expressão mais leal do que vai em meu interior, posso dizer isso por mim mesma, desde que limpei meu porão tudo em volta mudou e continua mudando a começar pela casa que hoje habito... Lembro então do que dizia Confúcio que devemos sempre nos mudar e fiquei aqui pensando com meus botões, o fato de permanecer no mesmo ambiente, na mesma energia viciada não dificulta tomar decisões, romper o circulo vicioso, se libertar??? e fiquei recordando de algumas pessoas conhecidas que depois de muito trabalho, de toda uma dedicação na construção de uma nova casa ao se mudar, o casamento é finalizado... De repente isso tudo começa a fazer sentido em minha mente... Estou com um amigo vivenciando isso e sem entender o porque do pedido da separação da mulher, visto que concluíram o grande sonho da bela casa... Mas, acredito que no momento em que ela se viu livre da velha energia, da velha casa veio a coragem e pronto cortou o laço... Claro que isso de forma inconsciente... Por isso meditar é tão importante é neste momento de introspecção que podemos nos proteger desta energia externa ... 
Hoje aconteceu um fato interessante e que agora faz sentido, estava na faxina de meus livros, ontem faxinei a casa e deixei para mexer nos livros hoje... Estava bem, mas de repente foi me dando uma melancolia, uma angústia e quando vi que a coisa ia piorar parei a arrumação guardei o restante para fazer em outro momento... Tomei uma ducha fria e resolvi fazer um almoço diferente e fui providenciar um peixe, sair de casa em busca do alimento e quando voltei já estava bem... Pensei comigo será que a energia de meus livros me deixou assim???... E agora depois de ler o texto tenho certeza que sim. Os livros que mexia são todos relacionados a surdez, livros que comprei e adquiri na época que morava em Palmeiras, época difícil em que não havia ainda uma expectativa de uma vida melhor... Como  estão impregnados com a dor daquela época, agora poderei organizá-los sem maiores problemas, pois quando me conscientizo tudo limpa e como foi divino ler este texto e estar aberta a estas informações... Estou assim de olhos arregalados qualquer mudança em meu humor paro tudo e não me permito entrar na velha energia, assim como fiz com os livros hoje... Ainda pensei em não parar a arrumação, mas refleti e vi que não adiantava continuar fazendo algo de forma pesarosa que bom  que pude dar "ouvidos" a minha intuição e como tudo desencadeou depois que fiquei buscando respostas...

Beijos bom final de semana para nós e vamos ficar atentos as energias que colocamos em nossa casa mesmo num simples quadro preso na parede... Se estamos mudando, vamos então ousar transformar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Saudades!

Muito triste... mesmo tendo consciência que a MORTE não existe, quando ela leva alguém que amamos há um vazio tão grande e uma saudade MAIOR do que fomos... e do que pude ser com este ser... Saudade não da individualidade do que ela representava, mas saudade do conjunto que era quando eu estava na presença dela... Saudade do seu olhar sempre meigo e sempre tão carinhoso... suas palavras sempre estavam cheias de admiração e de encantamento... Saudades do que Kátia pode ser em sua presença Débora!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Poder se comunicar!


Ontem comecei a ensinar um jovem de 23 anos, surdo que sabe o mínimo de LIBRAS e nada de Português... Não há como descrever o brilho em seu olhar quando conseguíamos estabelecer uma comunicação, quando conseguia entender o que lhe ensinava. Muitas vezes tive que respirar fundo para conter as lágrimas que vinham a quase todo instante em meu olhar... Em pensar que ele esteve isolado todos estes anos do mundo... Hoje estuda numa APAE, local que não é adequado para sua deficiência auditiva, mas por não ter onde estudar foi pra lá. É apenas copista, ou seja, copia as coisas sem significado e ontem pude ressignificar com ele os números. O sorriso estampado em sua face era surpreendente, trabalhei também as cores e algumas palavras concretas como, por exemplo, porta, bola, TV, flor, janela, mesa, cadeira, ou seja, tudo que havia naquela sala além de alguns sinais de futebol que soube que adora... Como ele vibrava a cada sinal apreendido, a cada palavra que naquela hora passava a ter um sentido para ele, a ter significado... E eu ali usando de toda minha criatividade para me fazer entender e foi tudo tão mágico, tão belo que não há dinheiro que possa pagar tudo que pude sentir e, muito grata estou a Deus por ter mais esta oportunidade de crescimento, de aprendizado... Manhã riquíssima para ele que vibrava quando acertava e eu ali aplaudindo, incentivando e buscando mostrar o quanto é inteligente, porque antes de qualquer coisa, preciso resgatar este ser humano que ficou durante um longo tempo na "caverna" e quero que saia seguro de si... Ganhei meu dia e espero com meu trabalho plantar sementes para que situações como essas sejam extintas e, que estas pessoas aos 23 anos já saibam se comunicar, que não sejam jogadas a caverna do isolamento...

E amigos, independente do que seu dia possa lhe proporcionar sinta-se GRATO pelo simples fato de poder se comunicar, de poder falar, ser ouvido, ser lido e de poder INTERNETEAR... Isso é de fato uma bênção! Bom dia!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O tempo!

Ah o tempo
Dádiva
Medo
Incerteza
Insensatez
Mas tempo sobre o tempo
que nos damos
Que buscamos
Que se vai
quando nos perdemos
e não percebemos
Que o tempo
É o AGORA
Apenas esse instante
E que o PRESENTE
É presente divino
Quando estamos
Envolvidos no estar
no viver
no ser
Apenas no que é
AGORA...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Programa baiano diagnostica e auxilia alunos com dificuldades de aprendizagem EDUCAÇÃO Iniciado em 2010, em Sao Francisco do Conde, projeto contribui na identificação de problemas de saúde e sociais

19) Programa baiano diagnostica e auxilia alunos com dificuldades de aprendizagem EDUCAÇÃO Iniciado em 2010, em Sao Francisco do Conde, projeto contribui na identificação de problemas de saúde e sociais


A professora Kátia Franco morava em Palmeiras, na região da Chapada Diamantina, a 439 km dc Salvador. Quando pequena, a sua filha Cláudia, que é surda, ficou indignada com a escola pois não conseguia aprender a ler e escrever. Desesperada, Cláudia pulou os muros da instituição e foi para casa chorando. Comovida com a situação, Kátia tomou uma decisão que mudaria sua vida: resolveu estudar letras e passou a ser a professora da própria filha.

Primeiro, aprendeu a Língua Brasileira de Sinais (libras) para facilitar a interação. Depois, ensinou a libra e o português para a filha. A garota conseguiu dominar as duas línguas. Hoje com 21 anos, Cláudia consegue, segundo a mãe coruja, fazer todas as atividades de uma pessoa sem deficiência, como ler, pegar ônibus ou colocar roupas na máquina de lavar.

Atualmente, as duas moram no município de Sào Francisco do Conde, a 67 km de Salvador. E Kátia, que tinha apenas a filha como aluna, hoje é professora de mais de 140 alunos na cidade, não apenas de escolas regulares, mas também de interessados em aulas de libras.

Ela ainda é responsável pela inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem em uma Iniciativa inédita no município, ê o Programa de Atenção, Acompanhamento Pedagógico e Psicossocial a Alunos e Professores (Proap), que começou em agosto de 2010 e já pretende expandir para mais dois municípios baianos: Candeias e Sào Sebastião do Passé.

Com o objetivo de Identificar alunos com dificuldades de aprendizado e diagnosticar as causas, o Proap atende hoje 154 alunos, entre dois e 60 anos. A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), não soube informar se há projetos com essa linha de trabalho em outros municípios baianos.

Equipe

Com uma equipe multidisciplinar, o Proap presta atendimento a alunos com dificuldades de aprendizado causadas por problemas de saúde ou sociais. Autismo, hiperatividade, baixa visão, surdez, brigas com familiares e distúrbios mentais estão entre os problemas mais comuns.

Diagnosticada a causa, os alunos freqüentam o programa no turno oposto ao que estudam As sessões duram cerca de 40 minutos e a freqüência depende do aluno.

"O acompanhamento do cotidiano da criança é necessário. Existem muitos problemas que são causados por traumas em casa ou na escola", diz a assistente social Telma Nogueira. Gerente do Proap, Marly Costa conta que, em muitos casos, a dificuldade é proveniente de questões familiares. "Nem sempre o problema é a criança. Por isso, é preciso dar um suporte às famílias, mostrar que os problemas em casa podem afetar o desempenho das crianças na escola", diz.

Recuperação

A psicóloga Manuela Souza diz que alguns pais não aceitam os problemas dos filhos.

"Os pais, multas vezes, nào querem aceitar que a criança tem uma dificuldade e vào para o Proap com a expectativa de cura", afirma.

Poliana Oliveira. 13 anos, aluna do 5o ano, tem déficit de aprendizagem e diz que melhorou seu rendimento em todas as disciplinas, depois que começou a freqüentar o Proap, desde o ano passado. "Nào sabia ler, nem escrever. Hoje Já consigo tirar notas melhores, principalmente em matemática", diz.

"Ele era muito rebelde, brigava com os colegas e desrespeitava os professores. Então, foi diagnosticado que era hiperativo". O relato é da dona de casa Mariene dos Santos, mãe de Allsson, 12, aluno do 4o ano do ensino fundamental. Emocionada, a mãe conta que o filho teve as dificuldades amenizadas após o Proap. "Hoje ele está bem melhor. O rendimento na escola melhorou e ele está mais calmo", conta.

A professora Renilza Batista diz que os alunos passaram a interagir mais. "Eles estão mais responsáveis e participam das atividades".

As fotos dizem tudo!





Dona Canô e eu!!!!
Dona Canô lendo a matéria no Jornal D++++

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Oi o sururu!

Morar no interior é muito gostoso de vez em quando sou surpreendida com um novo som, agora enquanto estudo e respondo umas atividades do Curso sobre Autismo escuto: Oi o sururu!!! Oi o sururu! Paro um instante e fico observando que cada um de nós tem uma forma única de falar e o senhor que grita o seu produto tem uma voz melodiosa, talvez seja a forma que encontrou para tentar nos convencer a comprar... Verifico então, que a música faz parte de todos nós, mesmo quando não estamos cantando, pois a depender do contexto e do momento afinamos a nossa voz e as palavras saem "ritmizadas". Ora emanando alegria, ora um certo grau de agressividade e importante perceber que isso que emanamos no ar é pura energia e energia muda, transforma, o que significa dizer que TODOS NÓS, veja só TODOS NÓS, ou seja, ninguém escapa, somos os únicos responsáveis pelo o que está aí. Pois tudo que podemos vivenciar é fruto da junção da energia emanada por todos nós seres humanos, afinal eu, você, nós somos a humanidade. E pensando assim, vejo que ainda preciso amenizar meu ritmo, reclamar menos, amar mais e poder soltar como este senhor a minha voz sempre em forma de música para contaminar de forma positiva e amorosa o outro... E lá vai ele - Oi o sururu!!! E aqui estou eu viajando neste tom, em seu som...



Solidão!

Enquanto lia o livro O Corpo Fala de Pierre Weil e Roland Tompakow, deparei com a palavra SOLIDÃO neste pequeno trecho: "Vejamos: a solidão, dentro de nós, sem contacto com o exterior, é terrível. quem quer ser Helen Keller, a famosa cega surda-muda?
Não precisamos ir tão longe - quem quer ficar numa ilha deserta, mas deserta mesmo?
Há horas que é tão bom uma invasãozinha do nosso território!
E outras horas há em que a mera invasão de nossas águas territoriais já é um aborrecimento dos maiores; queremos um certo espaço entre nós e os estranhos..."
Interessante que esta palavra tão conhecida minha soou de uma forma nova e ficou ecoando SOLIDÃO... SOLIDÃO... tirando-me totalmente a concentração na leitura. Até insistir em permanecer atenta a cada palavra escrita no livro, mas a palavra SOLIDÃO ganhou vida em mim e foi ampliando de tal forma que precisei fechar o livro... Por uns instantes também fechei os olhos e deixei vir à tona o que esta velha palavra de repente nesta nova roupagem queria me dizer: Então pude entender, não posso ainda dizer que assimilei tudo que está aqui, embora esteja tudo saindo de dentro de meu ser, sinto que ainda falta algo para fazer a conexão total de tudo ou com tudo.
Solidão independe se estou ou não acompanhada, quantas vezes ouvir: "Não tem coisa pior que solidão a dois! - Estava só mesmo no meio de uma multidão!" E quantas vezes estive plena, embora sozinha! A solidão é apenas a ausência de Deus porque quando fazemos de fato esta conexão não precisamos de ninguém mais para sanar nossas carências, simplesmente porque o elo foi feito com a fonte e ela é inesgotável. 
Estou aqui na rodoviária aguardando pacientemente o ônibus para São Francisco do Conde depois de 8 horas de viagem e, no entanto, apesar do cansaço, da fome e de saber que ainda terei que aguardar por quase duas horas, sinto uma paz que não poderia descrever, de repente a solidão que tanto me incomodou foi preenchida por um amor incondicional por tudo e principalmente por mim que vejo chegar no "intelecto" tudo isso e sei, posso sentir que é um dos grandes passos para entrar no fluxo do amor real e nunca mais me sentir só. Acredito eu, que é esta conexão que fazem os iluminados e que diante a tanta plenitude eles próprios satisfazem a si mesmo...
Um dia sei que chegarei a este patamar. No momento ainda há em mim o desejo da partilha com o outro, há a necessidade do "confronto"  e da vivência com minhas projeções. Todavia, agora, pude entender, não preciso buscar e nem procurar nada, pois à medida que me conecto com a fonte tudo em minha volta se harmonizará e o companheiro que tantas vezes desejei, se for realmente necessário em minha jornada, estará simplesmente ali, talvez na próxima curva me aguardando para juntos trilhar este caminho do autoconhecimento, este caminho para dEUs, sem cobranças e sem expectativas, apenas andando lado a lado, passo a passo vivenciando e aprendendo a estar no AGORA, como agora estou e, neste momento sinto a velha solidão partir. Porém, é muito interessante perceber que ela vai deixando aqui a sua essência e a sua grande lição, que neste exato momento me dou conta, que a solidão nada mais é que o caminho para DeuS e quando me dou conta disso ela apenas se ajoelha aos meus pés e a vejo transformar num imenso tapete me convidando a caminhar sobre ele. Eureka! O peso, o fardo que tanto me incomodou era apenas isso, a solidão que na verdade sempre foi o tapete que estava enrolado na minha "mochila"... E fico aqui olhando para a esta nova dimensão da SOLidão que já não me invade, pois começo a entender que, de certa forma, ela também sou eu e não posso invadir a mim mesma, posso apenas SER e assim juntando os pedaços desta grande colcha de retalho poderei enfim ser plena, ser apenas - EU SOU, estar não só consciente no intelecto de tudo isso, mas ser o próprio mundo no mundo e neste momento nada mais será necessário porque o TUDO e o NADA bastará. Terei voltado a LUZ que sou!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quero dormir e sonhar...

Dei para bater o ponto com o tempo e às 4 da manhã simplesmente acordo e o sono parece brincar de esconde-esconde, e não sei se não peguei o fio da meada, pois só consigo encontrá-lo muitas horas depois sempre lá pelas 23 horas, aí o corpo reclama e a coluna que desde domingo quer chamar atenção, ontem fez como menino mal-criado que quando começa uma birra parece não querer parar e dói muito apesar de já está medicada a quase 24 horas e fico aqui perguntando: cadê você sono querido? afinal a maratona de três turnos está muito puxada e precisaria descansar um pouco mais e como não sei ficar virando na cama pra lá e pra cá e com a coluna exigindo isso e aquilo nem dá mesmo, então fico aqui ouvindo os galos cantando, a manhã chegando e o coração sonhando em poder quem sabe voltar a dormir para sonhar... sonhar... sonhar...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AGORA!

Quando estou no AGORA posso sentir o AMOR, pois o AMOR simplesmente é!
Pude observar que "gero" dor quando crio expectativas, quando fico indo constantemente para o FUTURO, esquecendo que só existe o AGORA e quando consigo estar consciente de tudo que está em mim, fora e dentro, posso sentir o AMOR em tudo e em todos, fico enfim em harmonia com o que há de mais sagrado - A VIDA - e ela foi "feita" apenas para viver, sem medo, sem expectativas, sem cobranças. A vida quer apenas ser vivida para que possamos sentir que ela e o AMOR são a face da mesma moeda.

O AMOR É...

Vida
Magia
Encantos
Poesia
Você!     

27/08/11 - O amor incondicional - Tarde de sábado inesquecível!

sábado, 27 de agosto de 2011

Oi eu hein! Vamos faxinar!

Oi eu! Tou chegando hein! Sorria o mingau tá passando em sua porta!!! Olha o mingau de milho!! Oi eu! Venha logo que já tô indo embora!!!! Acordei assim com toda esta expressão de alegria deste vendedor que passava com seu carrinho em minha rua... Interessante observar que apesar de ter que subir uma grande ladeira para chegar aqui, ele se mantinha numa alegria contagiante... Logo depois um vizinho sai a porta e brincando começa a gritar - Oi eu! Cadê o mingau de milho??? Tou querendo que passe em minha porta! Cadê o mingau? E eu gostosamente em minha cama ficava imaginando a cara dos dois... Morar no interior tem ainda esta magia e isto com certeza, me ajuda a manter o olhar atento a vida mágica que se descortina todos os dias a minha frente... E hoje apesar de ter que enfrentar neste sábado aquela faxina, farei como o rapaz do mingau... Oi eu! Hoje estou em casa, se preparem para a lavação! Sorriam hoje tem banho em todo mundo! E veja só, agora escuto alguém gritar - Oi de casa! Vou à porta e lá está duas meninas ofererecendo tempero verde em seguida parecem três crianças que a acompanham e começam a gritar: Oi o tempero! Oi o tempero! e sorrindo lá vou em minha casa: Olha a faxina! Olha a faxina! Afinal tenho muito que agradecer por ter o que limpar, pois sempre há aqueles que se quer conseguem sonhar em ter o minimo para sobreviver... Oi eu hein! Vamos faxinar!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Viver poeticamente!

O plac plac plac da chuva cai no telhado, a casa é invadida pelo cheiro gostoso de terra molhada e aqui cansada, porém feliz vejo o dia findando passo a passo... No caminho de casa vi uma sambambaia abandonada,  a acolhi em meu jardim e daqui fico imaginando o quanto deve estar feliz em ter um novo lar e está sendo tão abençoada com esta chuva que cai... Hoje acordei com o canto longe do galo que entoava seu gostoso cocoricó e amanheci com uma saudade gostosa de minhas avós, pois ambas criavam galinhas em seus quintais e lá imponente sempre estava o galo o chefe do terreiro... Como tem sido gostoso perceber todos estes sons que tem encantando e enfeitado os meus dias, na verdade como tem sido maravilhoso viver percebendo tão poeticamente a vida!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Leia o coração de quem você ama!

Leia tudo que puder, só não esqueça que o saber maior está em nosso coração, no sorriso da criança, no por do sol, no aconchego do lar, no abraço gostoso de nossos pais... Leia sempre tudo que puder, mas reserve um tempo para ler os corações das pessoas que estão perto de você! 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A mão que traça as linhas!

Busco hoje na música o meu sorriso para que possa ver e sentir a presença de Deus. Este mundo em que vivemos tem também uma face negra da qual acabou por atingir meu coração. A dor maior nem foi a atitude tomada, mas a dor maior foi perceber que há ainda neste planeta tantas mãos redigindo de forma cruel a sua pena, quando todos nós deveríamos nos unir num único objetivo o de AMAR. E como sempre digo e tenho consciência disso - Sou uma mulher FELIZ que de vez em quando enfrenta tempestades, mas este novo temporal que chegou, apesar de sua fúria não consegue me desconectar da fonte divina, me abalo, sofro, choro, mas a minha mão permanece firme e ontem no meio a toda dor ao abrir o livro a Bruxa de Portobello de Paulo Coelho "coincidentemente" (entre aspas, afinal acasos não existem) estava escrito: "... cada coisa que colocamos no papel (...) a mão que traça as linhas reflete a alma de quem as escreve". E ler isso foi tão benéfico e a minha "raiva" foi transformada em compaixão pelo outro, pois pude ver que como ele, tantas pessoas não tem o tamanho da dimensão do mal que fazemos não ao outro, mas a nossa própria vida quando emanamos a falta de amor, ou quando buscamos apagar a LUZ. E na página seguinte estava escrito exatamente assim: "antes da palavra existe o pensamento. E, antes do pensamento existe a centelha divina que colocou ali. Tudo, absolutamente tudo, nesta terra fazia sentido, e as menores coisas deviam ser levadas em consideração." - A pena com que agora escreve estes versos é apenas um instrumento. Ela não tem consciência, segue o desejo daquele que a segura. E nisso se parece muito com aquilo que chamamos "vida". Muitas pessoas estão neste mundo apenas cumprindo um papel, sem entender que existe uma Mão Invisível que as guias. Neste momento, em suas mãos, no pincel que traça cada letra, estão todas as intenções de sua alma. Procure entender a importância disso." (Nabil Alaihi - beduíno) E tudo isso me fez refletir muito e buscar em mim onde plantei esta erva daninha para que pudesse germinar, afinal o outro é apenas projeção e quando trouxe isso a consciência pude entender que preciso curar isso em mim e neste momento num mantra recito - SINTO MUITO, ME PERDOE, TE AMO, MUITO OBRIGADA! E assim busco limpar meu coração e minha alma e por certo outras penas cruzarão meu caminho escrevendo uma nova história.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

VIVA A VIDA!

Me alimento de amor e aqui me pergunto o que será que verei no meu trajeto para o trabalho, saio sempre com o meu olhar de "águia" buscando a magia da vida em cada passo que dou pela rua, pela calçada ou como se diz em meu interior, pelo passeio e enquanto me dirijo a labuta passeio não só na rua, mas na vida que passa de forma mágica por todos nós e que muitos correm sem perceber que perdem o que há de melhor para viver o HOJE o AGORA, afinal não é à-toa que o PRESENTE se chama PRESENTE! Que meus amigos possam abrir os olhos da alma e perceber que a vida é mágica e que a felicidade habita no coração de cada um. Somos FELIZES, apenas de vez em quando enfrentamos tempestades. E veremos isso facilmente, basta apenas enumerar todas as bênçãos que já possuímos. Estamos vivos, enxergamos, andamos, sorrimos, temos teto, até computador, internet, participamos de redes sociais o que significa dizer que temos amigos, pessoas com quem partilhar... Então celebramos hoje a vida e a FELICIDADE que já existe em nós! VIVA A VIDA!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Apenas amar!


"Sentada na porta em sua cadeira de rodas ficava..." Acordo assim, ouvindo José Augusto... O corpo está muito cansado, mas a mente feliz e esta musica me levou lá longe e sentir uma saudade ainda maior de minha prima Landa que era totalmente apaixonada por este cantor, tanto que ficava no rio lavando pratos cantando com toda voz suas músicas... Ai que saudades dos banhos de rio, do bate papo na praça, do feijão que eu comia nas tardes quando retornava do rio e que continuava quentinho, pois estava no fogão de lenha. Feijão este preparado por minha querida Vó Vivaldina em uma panela de barro... Como a vida é mágica, em pensar que uma simples música me levou tão distante e trouxe ao meu corpo e minha alma tantas lembranças e também tantos sabores...
A chuva cai lá fora e meu vizinho parece ter amanhecido bem apaixonado a "vitrola" continua a soltar o som de José Augusto"... Vitrola, acredito que os mais jovens nem saiba o que seja, era o famoso toca disco, e quem possuía um demonstrava ser uma pessoa de posses. Hoje todos tem acesso a tecnologia e tantas formas  de ouvir música e isso naquela época era para poucos, pelo menos em minha pequenina cidade... Sinto saudade daquela liberdade vigiada em que tinha que cumprir regras, horários, mas apesar de tudo isso me sentia LIVRE, e na verdade éramos, apesar de ter que retornar para casa as 22 horas, inclusive porque neste horário a luz que era a motor iria apagar, andávamos nas ruas sem tensão, sorríamos sem regras e amávamos intensamente sem medo e hoje apesar de tanta liberdade vejo as pessoas prisioneiras em si mesmas com tanto medo e sem a coragem tão gostosa de AMAR e agora neste momento me dou conta que AMAR é a melhor coisa do mundo e que as decepções simplesmente servem para nos fortalecer e nos mostrar que estamos indo pelo caminho errado, pois não é o outro que nos decepciona, aprendi que nosso maior erro é criar expectativas quando devíamos apenas AMAR... E com este coração transbordando de amor pela vida e por mim desejo a vocês um delicioso dia!

domingo, 7 de agosto de 2011

Crach... crach... crach... runhm... runhum... runhum... ram... ram... ram...

Será que o crach... crach... crach irá me deixar dormi? Mas o cansaço tem o dom de nos vencer em lugares mais inusitados e, por certo, não será a dança dos caranguejos no balde que me manterá acesa, principalmente depois de um dia de tanta labuta... Como diria os mais velhos tenho o "ouvido de tuberculoso" que acredito eu, ter tido a audição bem aguçada depois da descoberta que Claudinha, minha filha, era surda. Afinal a partir daí passei a observar todos os sons. Talvez você se pergunte qual seria o motivo? Todavia em minha cabeça era sempre a mesma pergunta: Como será o não ouvir? e a cada som que vinha a mim era escutado detalhadamente... E mesmo os caranguejos não estando em meu quarto eu posso escutá-los, sem contar que a noite é sempre silenciosa, principalmente para quem ainda tem o privilégio de morar no interior. 

Gila meu irmão caçula ligou para me dizer que gostaria que eu fizesse aquela caranguejada, nosso irmão Alam com sua esposa Andreia que estão na capital baiana, junto com meu filhão Rafael, sua namorada e outros amigos virão me visitar. Eu que já havia providenciado outro cardápio, tive que reformular. A preocupação era - ainda conseguirei encomendar a esta hora, 3 da tarde, caranguejo para a manhã de domingo??? Liguei para as pessoas que me fornecem marisco na cidade e todas elas não tinham como auxiliar. Mas, como aprendi não esquentar a cabeça  e agora praticante da física quântica em que o segredo é - deseje, visualize e agradeça e assim será, o que não é nenhuma formula mágica, afinal Jesus já nos disse isso a milhares de anos: "Seja te feito conforme crestes!" E eu como sempre - CREIO! 

Então fui as compras providenciar o que faltava para também fazer a moqueca de peixe e a mariscada. Veja que interessante, no meio do caminho ligo para minha amiga Marli que me pede para aguardar, pois também precisava ir ao mercado, perco então alguns minutos esperando pela mesma, perca esta perfeita, pois ao sair do mercado exatamente naquele momento um senhor passava vendendo a quantidade de caranguejo que eu queria 5 cordas, os Ganhamuns já haviam sido encomendados e de quebra encontrava com Itaciara que se encarregou de deixar Bruno meu filho/sobrinho em casa enquanto eu iria comprar o resto das coisas. E tudo foi achado como queria, até mesmo aquele dendê caseiro, bem abaianado... Mas, com tudo isso e ainda tendo que lavar manualmente minha roupa que não foi pouca, pois ainda não consegui instalar a máquina, cair na cama esquecendo de comer, então as 4 da matina acordo eu ouvindo ao longe o crach crach dos caranguejos com runhun, runhun incômodos de meu estômago que estava pedindo desesperadamente por comida... 

Virei pra lá e pra cá na cama, levantar seria espantar o sono, me conheço. Conciliar depois é um trabalho imenso, mas o runhum... runhum já estava bem mais alto que o crach... crach, então o jeito era levantar. Mas comer o que? Pensei comigo algo leve, pratico que alimente, nem pensei em comer uma fruta, na verdade no meu organismo havia a necessidade do sal. Lembrei daquele famoso quebra galho - o nescau com o biscoito cream cracker e na penumbra de minha sala meu corpo fazia festa com a nova sinfonia ram... ram... ram de minha feliz mastigação, e com isso lá veio a vontade de escrever e agora a música era outra em mim, as palavras saltavam, dançavam freneticamente e se não as prendo num papel não consigo me concentrar em nada e mesmo que o sono já batesse a porta as letras não iriam me deixar em paz.. Agora barriga cheia com a sensação de missão cumprida vou tentar achar meu sono, afinal daqui a pouco a algazarra estará no ar e quero estar atenta e muito ativa para partilhar tanta alegria de poder reunir meus irmãos, filhos e amigos num domingo que promete ser como eu FELIZ! 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Feijão abaianado!

Meu bom dia tem cheiro de feijão e pelo cheiro tá bem brasileiro, acredito que até "abaianado", pois embora tenha morado por aí as raízes baianas que estão em mim são firmes e profundas... Acordei hoje às 4 da manhã, também ontem dormi como diria minha vó, com as galinhas. Dez e meia eu já estava recolhida na minha cama gostosa... Ontem o dia foi corrido, muito trabalho, alguns aborrecimentos, mas também muitas risadas. Tenho a sorte de trabalhar com uma equipe, que além de unida tem um excelente humor e mesmo quando aparecem os percalços como ontem no final acabamos até achando graça das nossas dificuldades... Afinal se não fossem os obstáculos como poderíamos nos fortalecer e como dizem: "o que não mata nos fortalece" e hoje acordei me sentindo a própria "Shirra!" Afinal - Eu tenho a força como gritava forte seu parceiro - He -Man. E com toda esta disposição que habita hoje em mim, só mesmo um feijão bem abaianado para me manter vitaminada e assim desejo a vocês queridos amigos um bom dia cheio de energia e calorias. Calma turma da dieta pode ser calorias amorosas aquelas que vêm lá do fundo do coração!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Saudade!

“...E as violetas que eu dava a ti... distraída no ambiente luxuoso em que sempre vivia, tu deixaste que murchassem minhas flores... Agora, que adoras a quem te magoa, perdoa pelo bem que te quis, perdoas e serás feliz...”

Desperto aos poucos ouvindo ao longe está música e a medida que a consciência chega e a melodia se torna mais presente, observo que ao ficar presente ela me leva ao passado e de repente me vejo menina, talvez com uns 5 a 6 anos e vejo então mãeinha apaixonada cantando esta canção... Recordo que sempre que meu pai fazia algo que a contrariasse ela através das músicas dizia a ele o que sentia e várias vezes a ouvi dizer: "quem canta seus males espanta!"

Ai que saudade imensa sentir agora em mim e como pode o tempo voar nesta velocidade estonteante? Ontem menina, hoje mulher, para muitos coroa, mas no meu coração permanece ainda a menina/mulher e talvez a consciência de saber que o tempo não espera busco a cada instante estar atenta ao movimento mágico da vida e aqui em minhas doces lembranças infantis revesti meu coração e minha alma de uma saudade gostosa, aquela que vem e nos acolhe de doces recordações...

E desejo que cada um de vocês, meus queridos amigos que possam como eu sentir que  saudade também é uma bênção, afinal se ela existe é porque tivemos o privilégio de viver aquele momento...

Um beijo enorme no coração de cada um, um beijo cheio de saudade de nós...
                                                                 Meus pais e meus irmãos

domingo, 31 de julho de 2011

Cavalgar!

Cavalgar... Fiquei olhando toda animação das crianças ao ver os cavalos selados no convite gostoso para cavalgar. Recordo que a última vez que me atrevi, há seis anos logo que montei alguém soltou um foguete e o cavalo assustado disparou pelas ruas de Palmeiras, eu ali apavorada gritando, sem saber o que fazer, quando dois amigos em seus cavalos corriam tentando alcançar o meu... Experiência única numa mistura de medo, adrenalina, alegria, liberdade, ousadia e claro, FELICIDADE, pois mesmo em pânico curto cada momento que a vida me oferta para sentir sempre seu real sabor e mesmo temerosa sempre dou o passo seguinte. Posso ter medo, mas jamais deixo ele me paralisar...
Penso e busco coragem em mim e enquanto as pessoas cavalgam dentro da fazenda fico apenas olhando, medindo e pesando se irei a cavalo até o restaurante de Rivas... Quando vejo a distância que teremos que percorrer em vez de continuar temerosa uma coragem se apossa de mim, de onde estamos até lá são oito quilômetros, mas antes que “morfine” já monto em Brinquedo o cavalo que escolhi para mim. Meus filhos, Cláudia e Gabriel ficam surpreso com a minha disposição e Gabriel todo zeloso vem me explicar como devo proceder caso o cavalo dispare...
Porém, antes de sair tive meu pequeno dialogo com Brinquedo que sacudia sua cabeça positivamente me dizendo que iria colaborar. Gabriel ri ao meu lado e me fala que o cavalo não obedece à fala e sim a rédea, mas me sinto muito mais segura conversando com o cavalo. Coisas de Kátia diria uma amiga.
Então lá vamos nós, primeiro pela BR que me traz medo quando vejo carros se aproximando e vou aprendendo a direcionar o cavalo à esquerda, ou à direita. Entramos na estrada de terra fico um pouco mais aliviada quando Lipe sai em disparada em seu cavalo e brinquedo resolve acompanhá-lo... Meu coração parece que vai saltar garganta fora, meus cabelos voam e meu corpo sobe e desce fortemente sobre a sela causando em mim certo desconforto. Começo a gritar: - Devagar Lipe! – Para Lipe! Quando lembro que ele é surdo, e mesmo com medo rio de mim mesma. Gabriel já se aproximando gritando: - puxa a rédea mãe! Puxa a rédea. E eu logo que lembrei da surdez de Lipe dirigi minhas palavras ao cavalo: - Para Brinquedo! Para Brinquedo! E isso, claro, serviu de gozação, pois Gabriel prazerosamente contava a todo mundo depois. Todavia, posso perceber que através da brincadeira há nele um orgulho imenso por essa mãe, como ele disse ontem a Parede: - “Minha mãe bicho faz coisas que as outras mães não fazem velho!” Gostei de ouvir isso, não porque seja melhor que qualquer outra mãe, mas porque ainda me permito ser criança, ser adolescente, mesmo ele me lembrando muitas vezes que estou adulta... Mas está envelhecendo não quer dizer que preciso enrijecer a alma e é, até engraçado perceber que já tive por longo tempo, quando era muito mais jovem o meu coração endurecido e agora à medida que a envelhescência chega mais me liberto das amarras, mas criança me torno.
Percorro debaixo de chuva uma distância de mais ou menos cinco quilômetros e o desconforto no corpo aumenta, Brinquedo é bem “troncudo”, porém muito baixo para meu tamanho e o estribo começa a machucar meu tornozelo, sem contar os pulos que sou forçada a dar devido ao seu trote e isso também incomoda. Como Lipe desistiu de andar em seu cavalo que não lhe obedecia, trocou com Manoela que vinha na Charrete, e eu resolvi trocar com ele e lá fui eu tentando guiar.
Porém, Cláudia minha colega de trabalho estava apavorada e a todo instante gritava: - olha o buraco, ai meu Deus!  escondendo seu rosto em minhas costas apertando meu braço. Sua irmã Elaine do outro lado sorria nervosamente e eu totalmente inexperiente enfiei a charrete no buraco, e ficamos meio que empinadas no ar, gritando, rindo quando Parede veio ao nosso auxilio... Há muitos buracos pelo caminho sem contar que precisaríamos subir uma grande ladeira, então entreguei a Charrete a ele e fui guiando o carro de Manoela, claro muito mais confortável. No carro Kécia, Maria, Luciene e Rita sorriem com as piadas de João.
Chegamos a Rivas e é aquela algazarra, o local é bem gostoso, um restaurante bem rústico no meio de um milharal que tem como companheiros pés de tomates... Fomos comer galinha de quintal e carne de sol. A chuva dá uma pequena trégua e os meninos, João, Sara e Maria resolvem correr pelo terreiro.
Gabriel conta gostosamente que em vez de sua mãe puxar a rédea do cavalo ficava gritando: - Para brinquedo! Todos riem e Marquinhos lembra com graça que mais cedo Monique que gritava nervosamente para o cavalo que sempre ia parar em frente ao galinheiro: Vai pipoca! Vamos pipoca! E pipoca é o nome do cachorro.
Manoela, Claudinha, Lipe, Gabriel e Monique vão jogar sinuca, enquanto Arilândia conta que há muitos anos ficou pendurada num pé de cacau, o cavalo foi e ela ficou presa na galha e que desde então deixou de cavalgar.
Marli sempre solidária andou com todo mundo na charrete, nem só as crianças, mas também com Kécia, Cláudia, Luciene e Elaine que embora cheias de vontade, estavam também cheias de medo. Mas, Cláudia surpreendeu voltando cavalgando, Elaine na garupa de Claudinha e Monique na garupa de Gabriel. De repente quando saio com o carro para voltar à fazenda encontramos com Rosevania que se perdeu do grupo, rimos muito e lá fomos nós quando Gabriel já voltava preocupado com o sumiço da colega.
Estou com a poupança e o tornozelo muito dolorido, o que não me permitiu voltar cavalgando, contudo sorrio feliz comigo de ter tido a ousadia e coragem de cavalgar mais uma vez e cinco quilômetros não é pra qualquer um... Enquanto as colegas me chamam de polivalente eu fico muito mais orgulhosa de ter montado por um bom tempo em Brinquedo, afinal ter a coragem que tive não é brinquedo não?! rsrsrsrsrs

O dormi em Inhambupe!

A chuva cai forte sobre o telhado, o cheiro de terra molhada invade o quarto, aqui há um cheiro bem mais encorpado, afinal na fazenda há gado e com esta sinfonia da chuva e o mugido dos bois tento conciliar meu sono... Mas está tudo tão mágico, tão gostoso que fico um bom tempo ouvindo a vida e tudo que ela nos traz de som. Interessante observar que desde que descobri que minha filha era surda que algo estranho aconteceu em mim, o silêncio dela fez aguçar todos os sons em meu ser. De início era a angústia de não poder partilhar com ela todas as sinfonias da vida, mas ela com seu jeito especial de ser, não por ser um ser especial por ter nascido com uma deficiência, mas porque todos nós somos também especiais e cada qual a seu jeito consegue nos trazer tantos aprendizados e, Claudinha é este mestre em minha vida, ela mesmo em seu silêncio pôde me mostrar quantos sons existe neste planeta em que me encontro. E enquanto curto o som de Inhambupe que tem algo muito peculiar, pois a fazenda foi invadida pela cidade, então ao mesmo tempo em que ouço mugidos, galos cantando, chuva caindo, ao longe escuto também, motos, carros, carretas, pois além da cidade está aqui ao lado, a estrada divide o pasto... E fico aqui quietinha ouvindo tudo isso e me embalo em tantas lembranças gostosas... 

Inhambupe!

 Estou em Inhambupe, nunca havia imaginado uma fazenda dentro da cidade, ou seria a cidade que invadiu a fazenda? Não importa quem invadiu quem, afinal isso não muda a integração e a interação que posso sentir aqui, tanto da cidade quanto da equipe que trabalho que descubro neste momento o quanto somos, também aqui, multidisciplinar e a alegria se espalha no ar através da música com o toque maravilhoso de Parede, Gabriel e Monique, com as respostas tão bem humoradas de Marquinhos, com as birras de Maria equilibrando com o humor de Sara e toda intelectualidade de João. Rita e Luciene são apenas sorrisos largos... Marli a mão de fada da cozinha enche nosso dia de sabor e fico aqui viajando no olhar perdido de Arilândia que viaja a todo instante para a capital Paulista... Lipe e Claudinha interagem buscando entender através das expressões faciais tantos risos e tanta graça e a medida que busco interpretar para eles vejo o quanto belo é também o mundo silencioso que vivem. Afinal a vida nos fala não só através do som e aqui a vida fala conosco através do verde exuberante dos pastos, da dança do vento nas plantas e tanto as folhas como as flores se umedecem emocionada com a chuva fina que cai. E vejo Kécia sempre saltitante alegrando ainda mais o grupo. Nos surpreendemos com Elaine que é muito mais perspicaz que sua aparente timidez. E dentre Claudia, Rosevânia e Verena não saberia dizer quem é mais top model, pois haja flash, haja foto, haja pose... A vida é tão bela tão mágica tanto que Manoela a nossa grande anfitriã traz em si o pulsar de um novo mundo, um novo universo... A vida que faz vida que fará vidas e trará tantos sorrisos, tanto amor... E agradeço a vida e todas as vidas que aqui estão encantando ainda mais a minha vida!
Hoje o  toc... toc do meu amanhecer foi substituído pelo plac... plac da chuva que cai gostosamente e com ela meu quarto é invadido não só com uma nova sinfonia, mas também com cheiro de terra molhada... Os olhos hoje pesam, meu corpo me diz que dormiria um pouco mais, afinal a FELICIDADE é tão grande que só conciliei meu sono quase às três da manhã e, como sempre, desperto junto com o amanhecer. Mas, apesar do peso em minhas pálpebras há uma leveza tão imensa em minha alma que isso de repente fica insignificante, e a medida que a chuva cessa, trazendo o som do bem-te-vi que se aproxima de minha casa tão forte e tão presente  o sorriso brota não só em meus lábios, mas também em meus olhos e em toda minha face. Alias certo seria dizer: o sorriso que nasce em todo meu corpo carrega consigo qualquer peso que o cansaço pudesse me trazer e aqui em comunhão comigo e com Deus apenas agradeço o plac...plac...o bem-te-vi, o cheiro de terra molhada, a vida... a mim e a todos os mestres que cruzaram meu caminho me ensinando a manter os olhos da alma sempre abertos e atentos a vida que sempre está neste movimento maravilhoso me dizendo a todo instante: -  A vida é simplesmente VIVER!

Bom dia a todos vocês que como eu amam cheiro de terra molhada!

Toc... toc... toc

Toc...toc...toc...Acordo com este som...Meio atordoada tento compreender o que está acontecendo em minha volta. Ainda estava bem sonolenta e sem entender direito onde é mesmo que eu estava... Abro os olhos e não vejo nada estranho que pode ocasionar o barulho, de repente olho para o alto e vejo então na sombra do telhado vários pássaros se alimentando ali... Imagino que o vento deve ter jogado no telhado sementes e outras coisas que estavam servindo de alimento para eles... E fico um bom tempo na cama ouvindo gostosamente o toc... toc...toc... Então começo a pensar: Será que só eu Kátia acordo desta forma vendo tanta coisa diferente e divina a minha volta??? Ontem alguém me disse exatamente assim: Kátia você já viu que na sua vida tudo acontece?! Só na sua vida! Apenas lhe sorri e respondi: - talvez porque eu sempre mantenha os olhos de meu coração bem abertos para vida! E hoje fiquei pensando que nunca acordo do mesmo jeito, até mesmo no meu acordar não há "rotina", não pulo da cama e saio correndo, sempre deixo a vida chegar mansinho e me mostrar o que ela tem de novo, como ontem a belíssima imagem das nuvens na janela da casa de minha amiga e hoje o som maravilhoso dos pássaros enquanto se alimentavam no telhado. E estas pequeninas coisas é que me fazem ver o quanto a vida é mágica, o quanto a natureza nos sorrir a todo instante e o quanto é maravilhoso estar sempre atenta para esta magia que fomos agraciados por Deus, tanto que não é à-toa que o AGORA, o PRESENTE tenha coincidentemente o nome de PRESENTE, nós é que precisamos ficar atentos a isso, pois ficar remoendo o passado, ficar presos ao que passou é uma grande perda de tempo, é na verdade matar a vida. Viver com o pé no futuro sem a garantia que poderei por o outro pé lá é burrice. Afinal, vejam só, o futuro nada mais é que o hoje, pois amanhã será exatamente o que agora está sendo, pois sempre desejamos o amanhã sem nos dar conta que o que desejei ser hoje já é, e fico sempre com o olhar no futuro, o nosso olhar pode até se perder no horizonte, mas sem jamais nos perder, para viver precisamos ESTAR, para viver precisamos SENTIR, para viver precisamos entender definitivamente que só EXISTE O AGORA, só EXISTE ESTE MOMENTO! Obrigada Deus, Vida, Cosmo, Universo por me manter sempre assim "abobalhada" com a vida!
Desejo a todos vocês um bom dia na sinfonia do toc...toc...toc que fui agraciada esta manhã em meu telhado...