domingo, 30 de dezembro de 2012

À Distância! (09/12/12)



        Às vezes à distância ajuda a unir através da reflexão do silêncio barulhento de nosso coração.
Às vezes à distância ajuda a deixar fluir a tempestade interna que quando externa só faz destruir e ficar longe nestas horas serve para construir.
        Às vezes à distância ajuda a manter próximos nossos corações embora possa manter longe nossos físicos corpos...
        Às vezes à distância ajuda a encarar a verdade que agita querendo gritar o quanto de fato quer se aproximar...
        Às vezes à distância ajuda a nos mostrar a imensidão que envolve o amor que habita em nosso coração.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Pedregulho do AMOR!


Cheguei pesada devido à quantidade de sacola que levava comigo, o calor estava intenso e o suor enlaçava meu corpo com um prazer infernal... Olhei minuciosamente para o recinto buscando achar um local com uma ventilação maior e assim driblar o calor...
            Sentei e comecei a saborear o beiju de coco que acabara de comprar. Ali como quem não quer nada ele me sorria... O fato de vê-lo trouxe a mim uma grande paz, é esta sensação de calmaria que sinto sempre que debruço meu olhar em um coração...
            O calor pegajoso de minha pele pareceu ter infiltrado em meus poros e atingido meu coração que naquele instante sentia-se abraçar pelo calor gostoso da paz...
            O pensamento não voa, não parti, não estagna... simplesmente o pensar é apenas sentir, é apenas emoção, é apenas sensação, é apenas ser... É apenas um instante, mas é tão mágico estar naquele AGORA que embora o mundo esteja em total movimento, ao mesmo tempo parece parar para inundar meu peito de magia, de uma indescritível alegria por apenas ser quem sou...
            De repente ao suspender o meu olhar que esteve preso naquele instante mágico enquanto observava aquele pequenino coração de pedregulho; vejo o gari cuidadosamente mexendo com uma pequena borboleta...
Ela recua, ele novamente encosta a vassoura levemente e a empurra... Ela volta a correr num voo rasteiro, percebo que não há força para alçar seu verdadeiro voo e ganhar a liberdade... Ele insiste com a vassoura... Fico sem entender, até sinto vontade de me aproximar e pedi que a deixe em paz... Mas algo me prende a cadeira e fico somente a observar...
Mas eis que ela, a borboleta, se prende a vassoura e ele, o gari, gentilmente a leva para cima da plataforma, observo que olha em volta e então escolhe um canto e jeitosamente sacode a vassoura até a borboleta se desvencilhar da mesma... Ah! penso eu... ele só queria salvá-la do pneu grande e pesado do ônibus que logo veria ali estacionar para pegar seus passageiros.
Meu coração se encheu de uma paz maior ao ver rapaz tão simples, mas com uma atitude tão nobre... e lá continuou ele varrendo a rodoviária sem ter a menor noção que teu gesto pode preencher o ar da energia mais pura, a energia do amor... E voltei a olhar para o pequeno coração de pedregulho e lhe sorrir... Meu ônibus chegou e embarquei não tão somente naquele veículo, mas naquela tarde embarquei também no veículo invisível do amor.