E espreguiço gostosamente em minha cama e escuto se aproximando o VRUMMMMMMM VRUMMMMMMMM VRUMMMMMMM penso: Mas não é feriado?! Pelo visto o carro do lixo não tem folga, este é o barulho que todas as manhãs escuto em minha rua e, sei por ele que já são 7.30 da manhã. Interessante que mesmo no dia que estava um grande temporal onde do barulho gostoso do plac plec que cai em meu telhado quando a chuva está amena, havia um barulho estarrecedor SCHOOOOMMMM SCHOOOOOMMM e mesmo assim pude distinguir o VRUMMMM... Sair à porta porque não podia acreditar que diante aquela enxurrada de água eles estivessem trabalhando e para meu espanto estavam... Hoje não levantei o lixo acumulado ainda é muito pouco em casa, venho buscando diminuir isso em meu lar, tanto que todo lixo orgânico reaproveito em meu jardim, garrafa pet é raridade entrar em casa. Refrigerante é algo que nos faz tanto mal que evito e sempre busco valorizar o sabor natural e maravilhoso das frutas... Mas voltando ao caminhão de lixo, resolvi hoje homenagear estes grandes guerreiros que limpa todas as manhãs nossas ruas, e nem sequer damos conta de todo sacrifício que eles acabam fazendo por todos nós, perdendo inclusive um dos grandes dons que é o olfato... E quanto reclamamos quando eles passam por nós, sem nos dar o trabalho de pensar - como devem sentir aqueles seres humanos que estão pendurados, grudados com todo aquele lixo? Hoje toda minha gratidão é para todos eles que limpam sem nenhum reconhecimento a rua e a cidade onde moro, mesmo tendo ainda tanta gente mal preparada que vive sujando o caminho por onde passa... Lembrei então de uma pessoa que me respondia quando eu lhe falava com todo jeito que não devia jogar o papel no chão. Ela me disse: - “Mas Kátia é só um papel de bala!” Apenas lhe disse: já pensou se um milhão de pessoas pensarem assim! Acredito que o nosso maior mal é sempre minimizar as coisas, esquecendo que pensar localmente é também pensar globalmente... Bom dia a todos e espero que possamos cuidar melhor de nosso planeta e um brinde a estas pessoas que cuidam de nossas ruas!
terça-feira, 15 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
Sons de São Francisco do Conde!
Enquanto faço a tradicional faxina do sábado curto os sons gostosos daqui de São Francisco do Conde, mais cedo escutava - Peixe é bom pra saúde. Olha o peixe, compre peixe! E há poucos instantes ouvia - Oia o amendoin cooooooooozido! Amendoin quem vai? E agora enquanto dou uma pausa e venho "internetiar" ouço o triiiiiiim triiiiim se aproximando Olha o sorvete... Sorvete! Vai de que? A chuva já chega fazendo seu samba lá fora na calçada Plec Plac Plec Plec Plac, enquanto a máquina de lavar ronca cansada rummmmmmmmm rummmmmmmmmm e com este rummmmmmm surge outro som, velho conhecido runhum runhum é meu estômago reclamando querendo almoçar e me espanto ao observar o adiantar das horas e ainda mais com este horário verão em pleno inverno, afinal só chove e chove sem parar...
Atenta a cada som!
Notável perceber que a surdez de minha filha fez aguçar em mim o ouvir e olhar... Agora mesmo escuto o som de minha infância, pois há um galo cantando lá longe, mas próximo o bastante para me fazer ouvir... Interessante observar que por onde passo fica gravado em mim os sons e as belas imagens e aqui onde moro, vivo sempre atenta a cada novo som, como hoje sinto falta do - Oi eu tou passando em sua porta! Chegou o mingau de milho. Em compensação o galo grita a todo peito COCORICÓOOOOOOOOOOOOOO. RSRSRSRSRS Não podia deixar de gargalhar, acabo de escrever e escuto o gostoso grito – “Tou chegando hein!” Lá vem ele com sua voz toda melodiosa trazer o café da manhã de muitos vizinhos. “Chegou o mingau de milho!” Como é belo poder acordar assim e escuto agora um outro galo mais próximo com seu canto meio rouco mas tão potente quanto o seu vizinho me dando um gostoso bom dia!.E aqui escuto agora o fervilhar da água na chaleira para tomar aquele café de Piatã com a pamonha trazida de Palmeiras, acompanhada do famoso avoador... Como não dizer que sou uma pessoa iluminada e abençoada e veja só o bem-te-vi se sentiu enciumado, corro até a janelinha da minha porta e vejo ele em meu muro cantando - BEM-TE-VI e é muito bom poder te ver mesmo que de forma virtual meus queridos amigos que todos nós possamos ter sempre este olhar mágico para a beleza e os sons da vida... Lá vem eu chegou o mingau, ele já passa aqui em minha porta e é de fato um delicioso mingau!
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
O poste!
Achei tão interessante um pedacinho da história de vida de uma grande amiga... Ela nem imagina o quanto fiquei emocionada com o que me relatou. Talvez fique surpresa ao ler o que agora escrevo. Enquanto estava em sua casa e ela se justificava a grande quantidade de bichinhos de luz pelo chão, por não ter havido tempo de varrer a casa etc. e tal, lembrou que não poderia reclamar, pois quando era ainda uma menina a sua casa não possuía luz elétrica, época em que aprendia a ler e escrever, então toda noite ficava desejando folhear os livros e paquerar as letras. Todavia, a simples chama do “fifó” (um pequeno candeeiro) não lhe permitia...
É interessante observar que quando a criança começa a descortinar este mundo alfabético há uma enorme curiosidade e uma vontade gigante de aprender e conhecer o novo. E aqui me pergunto: onde será que nós professores erramos? Afinal estas mesmas letras são rejeitadas e desprezadas ao longo de suas vidas? Hoje temos tão poucos leitores e sei que toda criança quando começa aprender a ler é como se tivesse descobrindo um mundo cheio de magia...
Mas, voltando às lembranças de minha amiga... E ela me dizia que passou a desejar uma casa que pudesse ter ao seu lado um poste, assim poderia sentar na calçada para enamorar os seus livros... Seu desejo foi cumprido e quando se mudou de um bairro para outro, sua casa tinha o poste tão desejado. Então, agora, como poderia ela reclamar dos bichinhos atraídos por sua luz?...
Não sei se pelo fato de amar tanto as letras e ter os livros sempre como meus companheiros fiquei muito emocionada com sua história e naquele momento preferi nada dizer. Na verdade, a minha sensibilidade, como disse Zeca Baleiro, “ando tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar...” Então eu ali com os olhos nublados não conseguia, na verdade, falar...
E hoje essa minha amiga tem duas graduações, uma pós e tantos outros cursos. Hoje esta menina que amava tanto as letras se fez PROFESSORA e mesmo quando sua casa passou a ter um poste e mesmo quando teve o prazer de ter em sua casa luz elétrica, depois de formada por não ser de família “tradicional” foi mandada para lecionar na roça. E algo que tinha tudo para desiludi-la, foi instrumento para a grande virada de mesa que ela daria anos depois, pois lá aprendeu sozinha a trabalhar com os números... De inicio para preencher o tempo, mas com o tempo foi se apaixonando pela matemática e veja que engraçado, acabou voltando para a cidade porque não havia ninguém que pudesse substituir aquele velho professor de aritmética. E ela sem saber que todos aqueles anos de estudo a estava preparando para o tal cargo.
Hoje formada também em física, um exemplo de vida e de mulher e feliz vejo a sua única filha com apenas 25 anos terminando a segunda graduação, fala dois idiomas além do nosso velho português... Ela uma simples filha de lavadeira foi muito mais que os filhos das famílias tradicionais e nem sei se ela se dar conta do seu grande feito...
De um desejo de um poste ela transformou sua vida numa grande LUZ!
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Complicado é não AMAR!
Recebi uma mensagem que dizia assim - O amor pode ser complicado e automaticamente pensei comigo COMPLICADO É NÃO AMAR! Pois quando eu não amo eu simplesmente não vivo, não me permito desfrutar de todas as dádivas divinas que a vida me dar a cada instante, quando não amo não me permito adentrar no coração do outro, pois se não pude entrar no meu próprio coração como poderia saber entrar em outro coração??? E fiquei aqui refletindo que chave seria esta que nos permite adentrar no coração de alguém e em nosso próprio coração... A chave é simplesmente o OLHAR. Lembrei de algo que Saramago escreveu tão bem: "Se podes olhar, vê. Se podes ver. Repara! É isso aí, pois no momento em que posso vê e só posso fazer isso quando tenho o amor em mim, o amor REAL, não este amor pequeno, mesquinho, obsessivo, abusivo que é pregado a todo instante na mídia, amor que tem ciúmes, amor que maltrata. É tudo, menos AMOR, afinal quem AMA CUIDA. É necessário então ter a sensibilidade para REPARAR, para DESFRUTAR, para se PERMITIR... E amar não é lá uma tarefa das mais fáceis, primeiro preciso aprender a ME AMAR... Escuto tanta gente me dizendo: "Mas, eu me amo! Penso comigo, se ama de fato, porque não se aceita como é, com as “gordurinhas” a mais, com o cabelo assim ou assado, porque se estressa e busca tanto mudar seu jeito de ser para se sentir aprovado e amado pelo outro... E é fato só dou o que tenho! Então se não tenho amor por mim, como posso amar alguém? Se as pessoas, pelo menos boa parte delas tivessem amor por si, o mundo estaria tão mais harmonioso, tão mais feliz... O que vemos é uma violência crescer, se expandir porque há tanta gente insatisfeita, tanta gente infeliz, tanta gente mal amada... As pessoas esquecem que estamos aqui de passagem e que temos que aproveitar o máximo de cada instante de cada segundo e viver de forma intensa, buscando fazer as coisas de forma prazerosa, mas 90% delas trabalham com o que não gostam, vivem com quem não quer, mora onde não deseja... Por que será que vivemos nos boicotando, e de repente vem a minha mente o que Nelson Mandela disse em seu discurso de posse em 1994.
"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?"Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?.Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".
E aqui ouvindo a chuva cair lá fora, agradeço por ainda ter em mim a sensibilidade e a curiosidade de uma criança que sempre está a postos e sempre pode enxergar o novo, mesmo nas coisas já envelhecidas... Mas afinal o que será envelhecer??? Acredito que é quando "vidrifico" meu olhar para a beleza da vida que me sorrir a cada nova manhã e que se faz presente na abelha que voa, na borboleta que desfila diante de mim sua beleza, no pássaro que canta, na flor que se abre ali à-toa na calçada e que ninguém vê... E por falar em flor à-toa, partilho com vocês a foto de uma "flor de rua", que embora seja de "rua" e por isso não tem, para muitos, nenhum valor, tem em si seu próprio valor e, o majestoso da natureza é que ela não precisa de nossos rótulos para ser o que é. Ela simplesmente é DIVINA com ou sem o nosso olhar. E desejo do fundo de meu coração que vocês possam ter sempre o coração desperto com este OLHAR... Olhar para a vida!
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