Meus alunos do curso de LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais - Dona Lúcia, 74 anos, aluna também do Curso de Pedagogia... Idade não é LIMITE!... Samuel ex-aluno da APAE, hoje funcionário, exemplo de vida.
Fiquei um longo tempo refletindo sobre a frase dita ontem pelo Secretário de Educação Sr. Eliezer Santana... E pude infelizmente concluir que as pessoas têm aproveitado do caos para justificar suas incompetências: “Não sou bom profissional, porque minha empresa não me dá condições”. “Não consigo isso porque aquilo não me permite avançar” e assim as pessoas antes mesmo de testarem suas potencialidades vão deixando atrás de si um caos maior...
Interessante que nunca havia antes pensado por este prisma, sempre que o caos invadiu a minha vida, gerando confusão e desordem, procurei ver e entender que havia chegado o momento para mudança, para reorganizar as coisas, para reaprender... Não é assim quando, por exemplo, vamos reformar nossa casa, primeiro ocasionamos o caos, tiramos coisas do lugar, derrubamos paredes, jogamos coisas fora... E depois vamos aos poucos criando um novo ambiente, um novo espaço condizente com nossa nova maneira de olhar o mundo, porque mesmo que não queiramos admitir, jamais somos hoje o que fomos ontem. Particularmente gosto muito do que Heráclito disse: “Não se pode pisar duas vezes no mesmo rio.”
Todavia, apesar desta constante mudança que vive se processando em nós, a grande maioria luta para manter o mesmo padrão, para ser a mesma pessoa, para viver na mesma tediosa rotina... E vemos pessoas habituadas a reclamar, a criticar, a falar... falar... maldizer... Mas o que cada um tem feito para melhorar o mundo a sua volta? Vejo as pessoas vitimizando-se a cada dia e o discurso é sempre o mesmo; todos vivem pondo a responsabilidade no governo, no sistema, na humanidade... Mas afinal, quem é o governo, o sistema e a humanidade se não nós mesmos!?
Somos RESPONSÁVEIS, fazemos escolhas, escolhemos caminhos... ESCOLHEMOS... É isso que precisamos estar conscientes no nosso dia-a-dia, nós ESCOLHEMOS, não somos vítimas, não somos pobres coitados e muito menos marionetes... Podemos sim mudar, melhorar, aprender, crescer... Pois, “QUANDO EU MUDO O MUNDO SE TRANSFORMA!” É isso que precisamos urgentemente nos conscientizar que a mudança começa em nós... Precisamos de novas perspectivas... Precisamos de um novo olhar principalmente no que se refere à Educação...
E no que tange a inclusão vejo isso como algo positivo que veio para “sacudir”, quebrar conceitos e preconceitos, romper paradigmas... A maioria dos educadores estava totalmente inerte, vendo a nossa educação pública se arrastando pesarosa, como se fosse algo normal... E cada um pondo a responsabilidade da evasão, do fracasso e das repetências no sistema, no governo, no colega, no diretor... Então a partir do momento que a rotina, que a mesmice é quebrada com a inclusão de pessoas, não diria deficientes, mas bem diferentes do que todos estavam habituados a tratar o caos foi instalado...
Ou seja, a desordem parece ter tomado conta do ambiente escolar, pois agora há de se organizar até mesmo a estrutura física para dar acessibilidade a estas pessoas que também tem o direito de estudar, de ter uma educação de qualidade.
Educar vem do latim educare que literalmente significa “conduzir para fora”, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo. E não podemos esquecer que a educação é um direito de TODOS e um dever do Estado. E esse direito essencial a vida do ser humano está garantido na Carta Magna, Capítulo III, seção I; Artigo 205 que diz: - “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Fiz questão de chamar atenção para a palavra - TODOS – para que possamos entender que a educação é de direito de todo e qualquer ser humano independente de sua raça, cor, credo, opção sexual...
Falar de inclusão pressupõe pensar em uma inovação educacional, buscando uma ressignificação do ensino, nos conscientizando que a Educação é para a diversidade, um mosaico de inclusão. E juntos, “de mãos dadas” construiremos melhores caminhos. Depende de nós aceitarmos as diferenças e depende de nós FAZERMOS A DIFERENÇA...