Hoje tive um dia muito produtivo e já no final da tarde o cansaço anunciava a sua chegada, eu e as colegas nos reunimos para um lanche e assim recarregar as baterias e voltar ao trabalho...
Então minha colega Rosevânia nos conta todo o problema que está tendo com um gato que apareceu em sua casa e que faz todas as suas necessidades em cima do forro do banheiro, deixando um cheiro muito desagradável pela casa, tendo seu marido o trabalho de sempre está fazendo a limpeza.
Kécia toda condoída tenta explicar de que forma ela pode se livrar do bichano sem machucá-lo e ficam discutindo a melhor maneira de pegar o gato, mas tudo que Kécia sugere Rosevânia tem um contra argumento, por fim a colega diz a ela para arranjar um “gerere” – um balaio de pegar caranguejo – mais uma vez Rose coloca dificuldade alegando que o gato não deixa ninguém pegá-lo. Kécia então diz com toda autoridade: - Um gato não pode ser mais que um homem! No que Rose fala timidamente: - Colega meu marido é frouxo e morre de medo do gato o arranhar...
Imagine o tamanho da minha gargalhada... Então Kécia ainda agoniada com a história do gato resolve partilhar a história de Timbalada, gato dado por sua mãe enquanto ela ainda estava em lua de mel, eu diria um presente de grego... E Timbalada sempre lá aprontando todas até que um dia ela tirou a comida do forno, pôs em cima da mesa e foi tomar banho e quando voltou a sala quem estava se deliciando com seu almoço: -TIMBALADAAAAAAAAAAAAAAAAAAA este foi seu grito e além dele uma chinelada em sua bunda... O coitado além de assustado ficou todo arrepiado e nossa amiga deu o ultimato – Eu não quero mais este gato aqui...
Arranjou uma caixa fez alguns furos e levou Timbalada para outro local, mas dois dias depois quando chega da faculdade e abre o portão de casa quem estava na varanda. O próprio – Timbalada... E mais uma vez ela empacotou o gato e levou de volta...
Ele não voltou, mas é interessante observar que talvez ela nem se dê conta da alegria que o gato pode lhe trazer e do quanto ele de alguma forma fez parte de sua vida e hoje a sua história nos trouxe uma gostosa alegria. E fui lembrar de todos bichanos que já trouxeram alegria a mim e aos meus filhos...
Lembrei com saudades de todos eles e dentre eles, quatro foram muito especiais e jamais serão esquecidos. O primeiro dele príncipe, era negro com uma única mancha no focinho parecia uma máscara carnavalesca, manhoso, sempre ali em minhas pernas, porém um dia inventou de dormir dentro do motor do carro, meu irmão não podia adivinhar e assim perdemos o nosso adorado príncipe.
Logo depois veio princesa, que acabou se apaixonando pelo meu pai quando, eu e meus filhos, fomos morar na casa dele... Ele que era todo durão acabou se afeiçoando a gata que não saía de seu lado todo tempo que teve que ficar de repouso, exatamente três devido a uma fratura no pé; mas um vizinho coração, melhor dizendo, sem coração envenenou a pobre que morreu amamentando quatro filhotes que como ela não resistiram ao veneno... Cena triste e que ficou forte em minha memória...
Depois foi a vez de Batatinha, ele lindo creme olhos amarelos; muito peludo, ficava todas as noites na esquina me esperando voltar da faculdade. Eu chegava depois da meia noite e ele estava lá pacientemente me esperando... Numa noite dessas cheguei faminta e fui até a pizzaria comprar um lanche e surpresa vi que Batatinha me acompanhava, enquanto entrei na lanchonete ele ficou na calçada me aguardando... retornamos lado a lado... Engraçado que ele não dormia dentro de casa, o seu prazer era me acompanhar até a porta de casa e quando eu a fechava ele ganhava o mundo. Mas, precisei ir a São Paulo demorando muito mais que o previsto e quando retornei 70 dias depois o encontrei muito doente, magro e uma semana depois ele faleceu.
Jurei que não queria mais nenhum gato comigo, não porque não goste deles, mas porque me afeiçôo e quando eles se vão de maneira trágica a dor é realmente muito grande.
Mas eis que Claudinha chega com ele em nossa casa, no terceiro dia todos já estavam apaixonados e que nome dá para o gato que mais parecia um cachorro, afinal quando qualquer um de nós chegava em casa ele estava a posto na porta abanando seu rabo. Enquanto eu fazia comida lá estava ele em minhas pernas e eu ali brigando o tempo todo, pois só faltava pisar nele... Ainda um filhote pequenino e tinha medo de esmagá-lo... Mas que nome daremos a ele e meus filhos passaram a chamá-lo de Bufa...
Porém, uma tarde quando chego do mercado encontro Claudinha aos prantos e para grande susto Bufa estava morto embaixo do sofá. Chamei o taxista e pedi que fizesse o favor de tirá-lo dali... Não houve quem não chorasse em casa, mesmo Rafael meu filho mais velho não resistiu... Decidimos não querer mais nenhum bichano por aqui, mas parece que temos mel para atraí-los e vira e mexe Pólipio gato da vizinha vem nos visitar, acho que não se muda porque não deixo, mas eis que hoje ela veio me contar que Pólipio na verdade é Pólipia e ela só veio, a saber, porque está prenha e muito gorda... É hoje sentir uma saudade grande de meus bichinhos...