quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sabor do interior...

         Entro apressada no mercado em busca de algo “leve” para saciar a fome... Trabalhei o dia todo e acabei esquecendo, ou melhor, não tendo tempo suficiente para me alimentar direito. Todavia, de noite não gosto de sobrecarregar meu organismo, pois acabo dormindo mal...
         Ventava muito na cidade nos trazendo um friozinho gostoso e desejei tomar um chocolate quente. Enquanto buscava na prateleira por um biscoito saboroso, pois não sou muito fã de biscoito recheado, principalmente pelo seu sabor artificial, vejo de repente um biscoito caseiro – folhado de canela. Peguei um pacote e fui para o caixa pagar. O rapaz muito sorridente me diz:
         - A senhora já provou deste biscoito?
         - Ainda não, mas está com uma cara muito boa. Respondo-lhe também sorrindo.
         - A senhora vai adorar, pois eu que não sou muito chegado a biscoito peguei um para experimentar e acabei comendo o pacote rsrsrs.
         Resolvi voltar então à prateleira que era próxima e peguei mais um. E em casa pude comprovar a veracidade das palavras daquele rapaz...
Hummmmmm que delícia... E como boa interiorana não podia deixar de lembrar algumas pessoas queridas, afinal povo do interior é assim, quando experimenta algo gostoso tem que partilhar com os amigos...
E não sei por que isso não foi propagado pelas outras cidades, este ato de partilha, de troca. Tenho certeza, que iria estreitar laços... Assim fiz tantas amizades ao longo de meu trajeto...
E fico aqui revendo em minha memória, as vezes que vi as pessoas passando pelas ruas com pratos na mão, para partilhar o sabor de sua casa com os vizinhos. É interessante observar quanta coisa me trouxe aquele “simples” folhado de canela, além de seu maravilhoso sabor, me trouxe também deliciosas lembranças...

domingo, 5 de junho de 2011

Amar INCONDICIONALMENTE...

Amar incondicionalmente... Hoje fiz uma grande reflexão a respeito, melhor dizendo já alguns dias que venho pensando... E concluir que não é tão simples e tão fácil. Geralmente as pessoas acham que incondicional é quando eu não cobro e nem crio expectativas em relação ao outro. Todavia, é muito difícil amar incondicionalmente quando tenho que ter restrições devido a tantas outras coisas, não posso ser LIVRE em relação a alguém não porque não encontre respaldo nele, mas por outras questões que acorrentam a alma... e isso por certo dói muito mais. Por que a maior cobrança é a que faço a mim mesma, é aquela que não consigo ainda assimilar e assentar em meu ser e ela solta faz barulho... incomoda... é como uma ventania que chega levando tudo e que depois dará um trabalho enorme para organizar as coisas... Para amar, mesmo que incondicionalmente é preciso não só estar livre, mas principalmente SER LIVRE no mais profundo da palavra LIBERDADE!

A casa vazia!



A casa vazia, mas o coração sempre tão cheio
ouvindo Gregorian e vendo o domingo passar...
assim de mansinho... 
assim com saudades do mar... do amar, mesmo amando...
A casa vazia, todavia a cabeça repleta de sonhos...de tanto querer...
Mas a casa mesmo vazia a vejo de repente
Cheia de cor, de formas, de imagens...
Contudo, ela está vazia dos sorrisos...
Vazia da algazarra que vocês fazem quando estão aqui...
Vazia da energia do ser humano...
Vazia simplesmente vazia
E tão cheia de saudades
Da minha saudade...

sábado, 4 de junho de 2011

Essa bicharada...


Hoje tive um dia muito produtivo e já no final da tarde o cansaço anunciava a sua chegada, eu e as colegas nos reunimos para um lanche e assim recarregar as baterias e voltar ao trabalho...
Então minha colega Rosevânia nos conta todo o problema que está tendo com um gato que apareceu em sua casa e que faz todas as suas necessidades em cima do forro do banheiro, deixando um cheiro muito desagradável pela casa, tendo seu marido o trabalho de sempre está fazendo a limpeza.
Kécia toda condoída tenta explicar de que forma ela pode se livrar do bichano sem machucá-lo e ficam discutindo a melhor maneira de pegar o gato, mas tudo que Kécia sugere Rosevânia tem um contra argumento, por fim a colega diz a ela para arranjar um “gerere” – um balaio de pegar caranguejo – mais uma vez Rose coloca dificuldade alegando que o gato não deixa ninguém pegá-lo. Kécia então diz com toda autoridade: - Um gato não pode ser mais que um homem! No que Rose fala timidamente: - Colega meu marido é frouxo e morre de medo do gato o arranhar...
Imagine o tamanho da minha gargalhada... Então Kécia ainda agoniada com a história do gato resolve partilhar a história de Timbalada, gato dado por sua mãe enquanto ela ainda estava em lua de mel, eu diria um presente de grego... E Timbalada sempre lá aprontando todas até que um dia ela tirou a comida do forno, pôs em cima da mesa e foi tomar banho e quando voltou a sala quem estava se deliciando com seu almoço: -TIMBALADAAAAAAAAAAAAAAAAAAA este foi seu grito e além dele uma chinelada em sua bunda... O coitado além de assustado ficou todo arrepiado e nossa amiga deu o ultimato – Eu não quero mais este gato aqui...
Arranjou uma caixa fez alguns furos e levou Timbalada para outro local, mas dois dias depois quando chega da faculdade e abre o portão de casa quem estava na varanda. O próprio – Timbalada... E mais uma vez ela empacotou o gato e levou de volta...
Ele não voltou, mas é interessante observar que talvez ela nem se dê conta da alegria que o gato pode lhe trazer e do quanto ele de alguma forma fez parte de sua vida e hoje a sua história nos trouxe uma gostosa alegria. E fui lembrar de todos bichanos que já trouxeram alegria a mim e aos meus filhos...
Lembrei com saudades de todos eles e dentre eles, quatro foram muito especiais e jamais serão esquecidos. O primeiro dele príncipe, era negro com uma única mancha no focinho parecia uma máscara carnavalesca, manhoso, sempre ali em minhas pernas, porém um dia inventou de dormir dentro do motor do carro, meu irmão não podia adivinhar e assim perdemos o nosso adorado príncipe.
Logo depois veio princesa, que acabou se apaixonando pelo meu pai quando, eu e meus filhos, fomos morar na casa dele... Ele que era todo durão acabou se afeiçoando a gata que não saía de seu lado todo tempo que teve que ficar de repouso, exatamente três devido a uma fratura no pé; mas um vizinho coração, melhor dizendo, sem coração envenenou a pobre que morreu amamentando quatro filhotes que como ela não resistiram ao veneno... Cena triste e que ficou forte em minha memória...
Depois foi a vez de Batatinha, ele lindo creme olhos amarelos; muito peludo, ficava todas as noites na esquina me esperando voltar da faculdade. Eu chegava depois da meia noite e ele estava lá pacientemente me esperando... Numa noite dessas cheguei faminta e fui até a pizzaria comprar um lanche e surpresa vi que Batatinha me acompanhava, enquanto entrei na lanchonete ele ficou na calçada me aguardando... retornamos lado a lado... Engraçado que ele não dormia dentro de casa, o seu prazer era me acompanhar até a porta de casa e quando eu a fechava ele ganhava o mundo. Mas, precisei ir a São Paulo demorando muito mais que o previsto e quando retornei 70 dias depois o encontrei muito doente, magro e uma semana depois ele faleceu.
Jurei que não queria mais nenhum gato comigo, não porque não goste deles, mas porque me afeiçôo e quando eles se vão de maneira trágica a dor é realmente muito grande.
Mas eis que Claudinha chega com ele em nossa casa, no terceiro dia todos já estavam apaixonados e que nome dá para o gato que mais parecia um cachorro, afinal quando qualquer um de nós chegava em casa ele estava a posto na porta abanando seu rabo. Enquanto eu fazia comida lá estava ele em minhas pernas e eu ali brigando o tempo todo, pois só faltava pisar nele... Ainda um filhote pequenino e tinha medo de esmagá-lo... Mas que nome daremos a ele e meus filhos passaram a chamá-lo de Bufa...
Porém, uma tarde quando chego do mercado encontro Claudinha aos prantos e para grande susto Bufa estava morto embaixo do sofá. Chamei o taxista e pedi que fizesse o favor de tirá-lo dali... Não houve quem não chorasse em casa, mesmo Rafael meu filho mais velho não resistiu... Decidimos não querer mais nenhum bichano por aqui, mas parece que temos mel para atraí-los e vira e mexe Pólipio gato da vizinha vem nos visitar, acho que não se muda porque não deixo, mas eis que hoje ela veio me contar que Pólipio na verdade é Pólipia e ela só veio, a saber, porque está prenha e muito gorda... É hoje sentir uma saudade grande de meus bichinhos...